A Portugal Fresh – Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal vai iniciar em 2024 um conjunto de missões empresariais e acções de prospecção que têm como foco «quatro novos mercados»: Estados Unidos, Chile, Índia e Polónia (neste último caso, em 2025). Estas medidas fazem parte do “Projecto Conjunto de Internacionalização para 2023-2025”, que a Portugal Fresh apresentou ontem, 6 de Setembro, na Agroglobal, certame que se realiza em Santarém.

O projecto prevê também a participação conjunta de empresas portuguesas em três feiras internacionais: Fruit Attraction (em 2023 e 2024; em Espanha), Fruit Logistica (em 2024 e 2025; na Alemanha) e IPM Essen (em 2024 e 2025; na Alemanha). Sobre esta vertente, a Portugal Fresh refere que estas são «as principais feiras internacionais da União Europeia, onde os maiores compradores de frutas e legumes do mundo se deslocam para encontrar os melhores fornecedores», acrescentando que «tratam-se de acções chave» e que «funcionam como plataforma de negociação com os 136 países para onde são exportados os produtos portugueses».

Na apresentação, Gonçalo Andrade, presidente da Portugal Fresh, indicou que a presença conjunta na Fruit Attraction 2023, de 3 a 5 de Outubro, em Madrid, será a maior até à data, ocupando uma área de 640 metros quadrados e contando com a participação de 40 entidades e empresas. No âmbito do projecto de internacionalização, a associação vai também «reforçar a sua presença no digital, com a publicação de vídeos e dashboards com informação actualizada sobre a evolução das exportações», tendo em vista «partilhar conhecimento útil aos seus associados», e levar a cabo «iniciativas de promoção para acelerar a presença internacional do sector».
A entidade afirma que, «além das acções previstas no projecto», irá continuar «a dar resposta a pedidos de parceiros e potenciais clientes para visitarem a produção em Portugal ou promover visitas a mercados de destino». O “Projecto Conjunto de Internacionalização para 2023-2025” prevê um investimento global de 1.561.663,52 euros – financiado em 48,8% pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder) – e é apoiado pelo Portugal 2030 – Programa Operacional Competitividade e Internacionalização.

Na apresentação – em que também estiveram presentes Licínio Pina, presidente do Conselho de Administração Executivo da Caixa Central de Crédito Agrícola (fotografia em cima), e Álvaro Mendonça e Moura, presidente da Direcção da Confederação dos Agricultores de Portugal (fotografia em baixo) –, Gonçalo Andrade salientou o apoio do Crédito Agrícola na realização de iniciativas de promoção além das previstas no projecto, o papel da parceria com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) para o trabalho de promoção dos produtos portugueses e que, em termos das exportações, em 2023 se está a registar um aumento do valor por quilo superior a 20%. Fundada em 2010, a Portugal Fresh conta com cerca de 100 associados e, segundo a entidade, «representa 40% do valor da produção de fruta, legumes e flores e mais de 4.500 produtores».

A Portugal Fresh tem como objectivo «reforçar a competitividade das empresas nos mercados internacionais e atingir os 2.500 milhões de euros de exportações de frutas, legumes e flores em 2030». «Em 2022, as exportações portuguesas de frutas, legumes e flores ultrapassaram, pela primeira vez, a barreira dos 2.000 milhões de euros. Já este ano, entre Janeiro e Junho, as vendas internacionais cresceram 8,3%, atingindo um total 1.036.728.509 euros. Esta foi a primeira vez que, num primeiro semestre, as exportações ultrapassam a barreira dos mil milhões de euros», explica a entidade, que defende que «os números alcançados são o resultado de mais de uma década de investimento, não só na promoção internacional, mas também em inovação, tecnologia e sustentabilidade».
A apresentação do projecto foi complementada com uma mesa-redonda, subordinada ao tema “Exportação e internacionalização”. Sofia Horgan, da Beira Baga, David Mota, da Luis Vicente, e Gonçalo Pereira, da VGT Portugal, partilharam as suas perspectivas e experiências relativamente aos desafios das empresas do sector de frutas e legumes com vertente exportadora.
