O produto alimentar que ficou em primeiro lugar na sétima edição do Prémio Ecotrophelia de Portugal foi o “Spirulos”, 100% vegan e que consiste em gressinos verdes, com formato em espiral, feitos à base de brócolos, spirulina – uma microalga rica em proteínas, vitaminas e antioxidantes – e flor de sal de Aveiro, incorporando também sementes de chia. A equipa Spirulife, constituída por estudantes de Biotecnologia Alimentar da Universidade de Aveiro, foi a grande vencedora da edição nacional de 2023 do evento – que é organizado pela PortugalFoods, em parceria com –, tendo conquistado o Prémio Ecotrophelia Ouro (no montante de 2.000 euros) e o direito a representar Portugal na competição europeia do Ecotrophelia – que tem lugar em Outubro, em Colónia, na Alemanha, no âmbito da feira internacional Anuga –, com os vencedores das competições nacionais de vários países.

Segundo a PortugalFoods, os “Spirulos” são« saudáveis e preparados no forno, aproveitam o brócolo na totalidade, evitando o desperdício alimentar, e o seu processo industrial tem preocupações de sustentabilidade, utilizando menos água na confecção – factores que pesaram na escolha do júri». Para a equipa vencedora, as propriedades do produto e a apetência do mercado por snacks saudáveis salgados são «as grandes mais-valias do Spirulo».

A cerimónia de apresentação dos vencedores do Ecotrophelia Portugal e entrega dos prémios decorreu no dia 4 de Julho, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, e reuniu cerca de 35 estudantes, das oito equipas finalistas. O prémio Prata (com o valor de 1.000 €) foi atribuído à “Spoon-Eat”, que consiste num biscoito em forma de colher, confeccionado através de impressão 3D, que aproveita subprodutos diversos da indústria alimentar (incluindo farinhas de grão-de-bico, de arroz e de castanha).

Esta «colher comestível» conta com «aromatização de canela» e «apresenta-se como um snack que pode ser conjugado com café, iogurte, compotas», entre outros produtos, explica a PortugalFoods, acrescentando que se trata de um produto «versátil» e que «é de confecção ecológica, evitando produtos de consumo único». Desenvolvida por uma equipa que integra estudantes do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa e da Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa, a “Spoon-Eat” recebeu também a distinção “Born from Knowledge” (na imagem abaixo), promovida pela Agência Nacional de Inovação, um dos parceiros da Ecotrophelia Portugal.

O terceiro lugar – Prémio Ecotrophelia Bronze, no valor monetário de 500 euros – foi para o produto “Cibo”, um palito salgado que tem como matéria-prima as chamadas casulas, um subproduto do feijão transformado em farinha e que depois é aromatizado com azeite, segurelha e alho. A equipa Casulini, que desenvolveu o “Cibo”, foi constituída por alunos da Faculdade de Ciências e da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.

Concorreram à sétima edição 12 equipas, constituídas por cerca de 60 alunos, e destes projectos foram escolhidos – por um júri composto por cerca de duas dezenas de personalidades ligadas ao sector alimentar – oito finalistas. Organizado desde 2017 pela PortugalFoods, o Prémio Ecotrophelia Portugal 2023 contou com o Alto Patrocínio da Presidência da República e com o apoio da Câmara Municipal do Porto, da Tecmaia, da APCER, da Agência Nacional de Inovação (ANI) e das consultoras Ivity e MarketAccess.

O Ecotrophelia Portugal é a versão nacional de uma competição europeia destinada a equipas de estudantes, com a mentoria de docentes e investigadores, que distingue o empreendedorismo e a inovação eco-alimentar, dando destaque a parâmetros como inovação e sustentabilidade, entre outros. Em 2020, uma equipa de Portugal foi a grande vencedora da prova Ecotrophelia Europe – com o “OrangeBee” –, e em 2022 a equipa portuguesa conquistou a segunda posição – com o “Handy Rice”.

«A capacidade empreendedora e a criatividade destas equipas de estudantes é de louvar. Demonstram que estão comprometidos com o planeta, através da criação de produtos que geram valor e têm um impacto ambiental positivo, ao mesmo tempo que estão alinhados com as exigências do mercado e dos consumidores», afirmou a directora executiva da PortugalFoods, entidade gestora do cluster do sector agroalimentar português. «Para a indústria, a capacidade empreendedora e criativa dos participantes, enquanto futuros profissionais, assim como a cooperação com o sistema científico, são cruciais para antecipar tendências e fazer a diferença no futuro», sublinhou Deolinda Silva.
