Handy rice, um snack desidratado à base de arroz e yacon, foi o vencedor da sexta edição do prémio Ecotrophelia Portugal 2022, promovido pela PortugalFoods. Este produto resulta do trabalho conjunto de estudantes do Departamento de Comunicação e Arte e do Departamento de Química da Universidade de Aveiro e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
Das 15 equipas de alunos do ensino superior que concorreram a esta edição do prémio nacional de ecoinovação alimentar, o júri seleccionou oito finalistas, tendo os vencedores sido anunciados a 5 de Julho, no Porto. O produto Handy rice vai representar Portugal na competição europeia do Ecotrophelia – realizada no âmbito da Sial Paris 2022, que decorre de 15 a 19 de Outubro –, onde vai concorrer com outros produtos de 15 países.
A organização do Ecotrophelia Portugal explica que yacon é um tubérculo com origem nos Andes peruanos, que já está a ser produzido em Portugal e que é «conhecido devido ao teor muito baixo de calorias e às suas propriedades prebióticas». Também se refere que o Handy rice «valoriza os subprodutos do yacon, através da utilização das raízes partidas resultantes da sua colheita, sendo o xarope deste produto uma solução eficaz para a sua rentabilização», acrescentando-se que «o resíduo de polpa produzido durante a sua formulação é também usado nos snacks Handy Rice» e que «na embalagem são utilizados subprodutos do arroz, com a formulação de um filme biodegradável à base de amido».
Em segundo lugar ficou o produto notEggo, «um substituinte vegetal ao ovo, com forma e consistência similar a um ovo de galinha» – nas fotografias em baixo –, desenvolvido por alunos da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, e que venceu também o prémio “Born From Knowledge”, atribuído pela Agência Nacional de Inovação (ANI). Em terceiro lugar ficou o produto MealBalls, que consiste em almôndegas de vegetais com a incorporação de farinha de insecto, também desenvolvido por alunos da mesma instituição académica.
«Com sucesso, esta nova edição do Ecotrophelia Portugal mostra que a relação entre a indústria e a academia está cada vez mais forte. Quando olhamos para as ‘lutas’ dos mais jovens, vemos que a geração de valor – económico, social, ambiental – está no centro das suas aspirações, no sentido em que querem fazer a diferença. Garantir a força deste ecossistema, inovador e colaborativo, é também a missão deste prémio», disse Deolinda Silva, directora executiva da PortugalFoods – entidade que organiza o prémio Ecotrophelia Portugal desde 2017, com o apoio de várias entidades do sector agroalimentar e com o Alto Patrocínio da Presidência da República. «Sem excepção, voltamos a constatar a enorme qualidade dos projectos, pensados e desenvolvidos por jovens estudantes das universidades e politécnicos nacionais, que se apresentaram a concurso. A visão e a criatividade a eles subjacente são dignas de nota e aqui se vê, mais uma vez, a capacidade que as gerações mais jovens têm de questionar o status quo da indústria e imprimir velocidade à inovação, com foco na sustentabilidade ambiental e social. Pelo contexto altamente dinâmico em que se insere, de transformação contínua, e pelas exigências impostas pelos consumidores (cada vez mais sofisticados e preocupados com o seu bem-estar e com os temas que dizem respeito ao impacto do seu consumo), o sector agroalimentar necessita de ser constantemente desafiado e provocado», afirma João Miranda, embaixador do prémio Ecotropelia Portugal.
