Confagri apela a medidas para minimizar problemas para agricultores e consumidores

A propósito do contexto económico, dos problemas sentidos na produção agrícola e das dificuldades que os consumidores enfrentam, a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri) defende que «é necessário agir» em termos de soberania alimentar e que «há ainda um caminho que deve ser percorrido de forma a mitigar os efeitos dos brutais aumentos dos custos de produção, nomeadamente os custos fixos associados à energia (gasóleo e electricidade) e a isenção de IVA [Imposto sobre o valor acrescentado] aplicável aos alimentos essenciais». Segundo a entidade, «a alta dos preços dos alimentos está a pôr em causa a qualidade alimentar da população portuguesa e a viabilidade das explorações agrícolas».

«A subida galopante dos custos dos factores de produção, nomeadamente a energia, os combustíveis, as matérias-primas importadas – adubos, pesticidas, fertilizantes e das commodities, nomeadamente a soja –, têm vindo a colocar a viabilidade de muitas explorações agrícolas próximo do colapso. Os produtores não conseguem repercutir nos preços à produção os custos que suportam, conduzindo a que em 2022, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, se assista a uma redução do rendimento da actividade agrícola de cerca de menos 12%» refere um comunicado da Confagri. «Portugal tem apostado numa política agrícola que não apoia devidamente a produção nacional, deixando-se embalar pelo esverdeamento da Política Agrícola Comum [PAC], de que é exemplo o actual Plano Estratégico da PAC, que começou a aplicar-se em 1 de Março de uma forma “coxa” e ele próprio já carente de urgente revisão, numa lógica de fomento e apoio da produção agrícola nacional. A Confagri considera que os elevados custos da alimentação em Portugal reflectem também a elevada dependência externa do nosso país, ao nível dos produtos alimentares e dos factores de produção», acrescenta.

Idalino Leão, presidente da Confagri, sublinha que «temos vindo a apontar algumas soluções, que passam por uma acção concertada entre os vários ministérios, e recusamos de todo que sejam os agricultores a suportar os efeitos directos e indirectos da guerra e da inflação». Para a entidade, a próxima reunião da Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Alimentar (PARCA), agendada para 22 de Março, com a participação dos ministros da Economia e da Agricultura e Alimentação, «será o local próprio para se identificarem novas iniciativas políticas, que garantam a qualidade e segurança da alimentação da população portuguesa e que promovam a viabilidade da produção agrícola nacional».

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn
Email

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Notícias Recentes

3
Porbatata lança edição de 2023 da campanha de promoção da batata portuguesa
Jungheinrich
Jungheinrich Portugal assinala 25 anos com os olhos postos no futuro
Alqueva
Alqueva reforça dotações de água para rega

Notícias relacionadas

3
Porbatata lança edição de 2023 da campanha de promoção da batata portuguesa
A Porbatata – Associação da Batata de Portugal, em parceria com a Associação...
Jungheinrich
Jungheinrich Portugal assinala 25 anos com os olhos postos no futuro
A Jungheinrich Portugal, subsidiária da multinacional alemã Jungheinrich,...
Alqueva
Alqueva reforça dotações de água para rega
A área de influência de Alqueva encontra-se em «condições meteorológicas excepcionais,...
FLF 241_opiniao
Opinião: Contrato colectivo de trabalho FNOP-SETAAB
A Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (FNOP)...