A propósito dos resultados das eleições legislativas de 30 de Janeiro, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) destacou a «grande responsabilidade política» que o Partido Socialista tem e «considera um sinal positivo o compromisso já assumido pelo PS para abrir pontes construtivas de diálogo com o sector agrícola». A CAP defende que «a Agricultura e as Florestas devem ser uma pasta com peso político e estar em sintonia com a União Europeia», referindo que, «na legislatura iniciada em 2019, à falta de peso político da pasta e à clara incapacidade de execução dos fundos comunitários, juntou-se uma nociva dispersão de competências, tendo o Ministério perdido meios, recursos e eficácia».
«A CAP espera que o primeiro-ministro reconheça a necessidade de reflectir sobre esta situação, a bem do desenvolvimento do sector agroflorestal. A Agricultura e as Florestas devem estar no mesmo centro de decisão política, tal como acontece nos instrumentos financeiros e no funcionamento da União Europeia. A agricultura é um motor do desenvolvimento económico do país, pelo que o horizonte de estabilidade da próxima legislatura é uma oportunidade evidente para conferir ao sector e ao mundo rural a importância que estes, de facto, têm», diz a confederação. Para a entidade, a estabilidade política é uma «oportunidade para investir e desenvolver o potencial da agricultura e do mundo rural».
Enquanto parceiro social, a CAP assinala também que a disponibilidade para dialogar com os parceiros sociais em matérias centrais para a vida económica e social do país é «um sinal de enorme maturidade democrática que muito nos apraz registar» e «saúda» a referência feita por António Costa na noite das eleições, «acerca da promoção de consensos com os diferentes parceiros em sede de concertação social. A entidade afirma que «segue firme na defesa dos interesses do sector agroflorestal e do mundo rural, e está disponível para colaborar com o Governo de forma leal, activa e empenhada, na busca das melhores soluções para o sector e para o país».
A CAP felicita ainda o PS pelos resultados eleitorais obtidos – «uma maioria clara e inequívoca em todo o território nacional» – e sublinha que «os partidos anti agricultura e anti mundo rural foram os grandes derrotados destas eleições». «A rejeição eleitoral de partidos animalistas e pseudoecologistas é motivo de enorme satisfação para todos os produtores agrícolas de norte a sul do país e ilhas. Os portugueses votaram contra o preconceito ideológico daqueles que fazem dos ataques à agricultura e ao mundo rural as suas bandeiras eleitorais. Mostraram claramente, nestas eleições, que defendem uma agricultura e um mundo rural sustentável, com força e vitalidade.»