‘Casal Vouga’, uma nova variedade portuguesa de grão-de-bico, registada no Catálogo Nacional de Variedades em 2020 pela Egocultum, foi o mote para uma parceria estabelecida entre a Lusosem e esta empresa. O protocolo de parceria visa a comercialização, distribuição e desenvolvimento desta cultivar, que, segundo um comunicado, «está perfeitamente adaptada às nossas condições edafoclimáticas, é uma excelente opção para uso em rotações de culturas e uma alternativa ecológica para a fixação do azoto atmosférico».
No âmbito da parceria, «a Lusosem passa a deter a representação exclusiva em Portugal desta nova variedade», adicionando assim as leguminosas ao seu portefólio de sementes de arroz, cereais praganosos, milho e forragens. O comunicado sublinha que «está assegurada a disponibilidade de semente certificada do grão-de-bico ‘Casal Vouga’ para a campanha actual, bem como o necessário apoio técnico à cultura, tanto ao nível da distribuição como junto do agricultor».
Refere-se no comunicado que o acordo «tem também como base a colaboração entre as duas empresas para o desenvolvimento e introdução no mercado nacional de outras espécies e variedades, ao longo dos próximos anos». Desta forma, «as duas empresas procuram dinamizar e valorizar culturas e diferentes opções culturais no mercado português, além de promoverem e dinamizarem a investigação e melhoramento de origem nacional».
O comunicado explica que a ‘Casal Vouga’ «resulta de uma selecção natural entre as sementes mais resistentes e produtivas utilizadas pela família Azóia na produção de grão-de-bico desde a década de 80» e que, em 2019, a Egocultum e a ‘Casal Vouga’ ganharam o Prémio Intermarché Produção Nacional. Fundada em 2018, a Egocultum trabalha em parceria com uma rede de agricultores na produção desta variedade, «prestando a formação e a assistência técnica necessárias para o desenvolvimento da cultura», ao mesmo tempo que «assegura o controlo de qualidade da variedade e compra a produção aos agricultores parceiros».
«A rotação de culturas, a dinamização e desenvolvimento de formas alternativas de aportar azoto ao solo, assim como a busca de soluções complementares e alternativas para um aumento da produtividade das culturas são objectivos para os quais o presente acordo e esta cultura podem ser um importante contributo», afirma a Lusosem. O comunicado destaca ainda que «a produção nacional de grão-de-bico mais que triplicou entre 2014 (531 toneladas) e 2018 (2.000 t)», que «a área dedicada à cultura aumentou de 920 hectares para 2.594 hectares no mesmo período» e que «Portugal é deficitário na produção desta leguminosa, com um grau de auto-aprovisionamento de apenas 7,4%».