No âmbito de um projecto-piloto do programa Operation Pollinator no sul da Dinamarca, a Syngenta utilizou sensores para monitorizar a actividade dos insectos polinizadores nos campos agrícolas. Segundo a empresa, os sensores realizam a monitorização «de forma automática 24 horas por dia/sete dias por semana», sendo que esta solução «demonstrou que a actividade dos polinizadores é 60% superior nas margens multifuncionais Operation Pollinator do que nas bordaduras com vegetação espontânea».
Em comunicado, a Syngenta explica que «os sensores projectam luz infravermelha invisível sobre os insectos voadores, recebendo de volta a luz reflectida por cada insecto», e que, «em poucos segundos, a informação é analisada por um software que identifica a espécie do insecto, através da sua cor, dimensão e frequência do batimento das asas». Também se indica que «os dados são registados e enviados, podendo ser acedidos pelos agricultores através de uma aplicação instalada no telemóvel».
A empresa afirma que a solução de sensores, baptizada como “entomólogo digital” pelos seus inventores, «representa um enorme avanço na monitorização da biodiversidade, pois permite obter informação em tempo real sobre o período de voo dos insectos e a chegada de novas espécies aos campos agrícolas». «Ao saber quais as espécies de insectos presentes a cada momento nas suas culturas, o agricultor pode, por exemplo, ajustar a janela de aplicação dos produtos fitofarmacêuticos, minimizando o impacto nos polinizadores e outra fauna auxiliar», refere a Syngenta.
«Na Primavera, fizemos um teste com dois sensores eléctricos de detecção de insectos, um foi instalado numa margem multifuncional Operation Pollinator e outro numa faixa de vegetação espontânea na bordadura da parcela. Ficámos muito surpreendidos com os resultados [da actividade e diversidade dos insectos benéficos], que foram 60% superiores na margem multifuncional. Sem dúvida, que vamos estar atentos a isto no futuro», diz Joachim Moltke, o agricultor dinamarquês que participou no projecto-piloto. Chistoffer Gronne, biólogo da Fauna Photonics, empresa parceira da Syngenta neste projecto, assinala que «o nosso sensor detecta e regista tudo o que voa à sua volta, a qualquer hora do dia» e que «ao invés de nos deslocarmos ao campo, temos lá “alguém” que vê por nós 24 horas por dia; poupa imenso trabalho aos entomólogos».
«As tecnologias digitais ajudam a criar explorações agrícolas mais sustentáveis e este é um excelente exemplo da forma como a Syngenta está a contribuir para acelerar a inovação na agricultura, através de parcerias com impacto. Embora se trate de um projecto-piloto, os seus resultados são muito encorajadores e revelam as potencialidades desta tecnologia para a monitorização dos polinizadores. Esperamos que possa vir a ser aplicada num futuro próximo também nas explorações agrícolas parceiras do Operation Pollinator em Portugal», declara Felisbela Campos, responsável de assuntos corporativos da Syngenta. O comunicado da empresa sublinha ainda que o uso desta solução representa um «salto tecnológico» para o programa Operation Pollinator, desta forma «ajudando a incrementar a biodiversidade na agricultura».
