Mais de 18 toneladas de bens alimentares – como leite, azeite, carne bovina/suína, fruta, hortaliças, mel, ovos e outros produtos essenciais às famílias – distribuídos por famílias carenciadas, cerca de 35.000 euros em donativos monetários e mais de 61.000 produtos de protecção individual em saúde – como máscaras, gel hidroalcoólico e toalhetes desinfectantes, que representam uma importância aproximada de 32.000 euros. Foi este o balanço, anunciado ontem, 21 de Abril, de um ano de actividade do projecto solidário do sector cooperativo nacional “O meu gesto, pelo nosso Portugal”, promovido pela Federação Nacional das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo (Fenacam)/Crédito Agrícola, em conjunto com a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri)/Cooperativas Agrícolas e a Cáritas Portuguesa.
A iniciativa teve o alto patrocínio do Presidente da República e visou «suprir as carências e as dificuldades das famílias em situação de vulnerabilidade alimentar e económica, sublinhando o papel do cooperativismo em Portugal a nível da responsabilidade social praticada junto das comunidades onde se inserem». O projecto “O meu gesto, pelo nosso Portugal” teve o apoio das Caixas Agrícolas para a recolha dos donativos monetários e das cooperativas com os seus donativos em bens, bem como a ajuda da Cáritas Portuguesa na identificação e distribuição junto das famílias carenciadas.
Na cerimónia, também foram entregues à Cáritas, em mão, outros donativos, num gesto simbólico em nome de todos as cooperativas. A sessão de encerramento contou com a transmissão de uma mensagem de reconhecimento do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e com a presença do presidente da Fenacam, Jorge Volante, da presidente da Cáritas Portuguesa, Rita Valadas, do presidente da Confragi, Santos Gomes, da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e da ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes.
«Os resultados deste projecto solidário expressam a capacidade de mobilização do sector cooperativo, que felizmente conseguiu apoiar tantas famílias. Infelizmente, as carências e as dificuldades das famílias continuam a agravar-se fruto do contexto que se vive, desde a pandemia que ainda persiste, à inflação e à crise decorrente da guerra na Europa, pelo que a grandeza deste projecto solidário poderá continuar por mais algum tempo», referiu Jorge Volante na cerimónia. «O sector cooperativo, fruto da sua proximidade e envolvimento com as comunidades locais e as suas pessoas, conhece activamente as necessidades existentes e consegue facultar apoio e entregar capacidade de organização de processos, como por exemplo levar os produtos regionais além-fronteiras e estimular a economia local. Conhece também as privações sociais e observa-as directamente nos rostos das pessoas, não podendo ficar alheio e procurando mecanismos de acção e contributo. Este espírito de cooperativismo está bem vivo e os resultados deste movimento solidário demonstram-no. Unidas, as cooperativas atingem uma escala de relevância nacional indiscutível e têm em si um enorme potencial para o desenvolvimento social e económico», acrescentou.
Os promotores desta iniciativa indicam que, em Portugal, «o sector cooperativo, contabilizando apenas as cooperativas de produção agrícola, representa 250.000 cooperantes, demonstrando assim a sua expressão nacional e forte ligação às comunidades locais, que, longe dos grandes centros urbanos, apresentam as mais diversas necessidades a nível de apoio social e económico, como por exemplo no que diz respeito à promoção dos produtos regionais». No seu depoimento, o Presidente da República expressou «agradecimento pela solidariedade das redes cooperativas agrícolas portuguesas e das Caixas de Crédito Agrícolas, cumprindo um dos mais nobres e importantes pilares do cooperativismo, que é a responsabilidade social junto das comunidades em que se inserem».
