Decorreu a 24 de Janeiro em Elvas, no Auditório do Pólo de Elvas do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), a celebração do sexto aniversário do laboratório colaborativo InnovPlantProtect (InPP), numa sessão que contou com 120 participantes. António Saraiva, director executivo do InPP, que iniciou funções em Dezembro de 2024, detalhou a actividade da entidade, destacando o trabalho realizado pela sua equipa, constituída actualmente por 46 colaboradores, de 10 nacionalidades.
António Saraiva defendeu que o InPP «tem funcionado como uma opção muito atractiva de trabalho altamente qualificado para os jovens da região e do Alentejo, (…) que trabalha para o benefício da competitividade da agricultura», acrescentando que «estamos a contribuir para a modernização da agricultura, para que ela possa responder às necessidades dos seus profissionais e às expectativas da sociedade». Segundo um comunicado da entidade, o InPP tem desenvolvido bioprotectores, bioestimulantes e serviços laboratoriais e digitais, contando actualmente com «mais de uma centena de parceiros e clientes, em projectos e colaborações, e em prestação de serviços de assistência técnica e científica».
António Saraiva assinalou os sete pedidos de patentes nacionais e internacionais já produzidos pelo laboratório colaborativo para proteger as culturas contra várias doenças (por exemplo, um deles é relativo à doença do fogo bacteriano), indicando que «esperamos até ao final deste ano ter mais três pedidos de patente; é um processo moroso e muito intenso, mas vamos fazê-lo». O director executivo do InPP deixou ainda um apelo ao ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, presente no evento, para a necessidade de os laboratórios colaborativos serem informados «atempadamente» em relação ao financiamento disponível pós-2025, «para que nos seja possível projectar a nossa actividade futura e para que a equipa se possa focar naquilo que é essencial e não perca o seu foco».
Em seguida, dois directores de departamento, Cristina Azevedo e Ricardo Ramiro, apresentaram as suas equipas e «exemplos de biopesticidas eficazes contra as doenças fogo bacteriano e piriculariose do arroz, de um biofungicida de largo espectro contra a podridão cinzenta no tomate, bem como do uso de drones e inteligência artificial para monitorizar pragas nas principais culturas agrícolas». Neste contexto, uma novidade recente é a aplicação iCountPests, que permite «reduzir o tempo investido na monitorização» e «criar um histórico das pragas» e que «contribui para uma melhor gestão das pragas presentes no campo do agricultor, democratizando o acesso à tecnologia».
Na sessão de encerramento, o ministro da Agricultura e Pescas, afirmou que «temos de ter ambição de fazer acontecer, de arriscar, de não ter medo, de avançar» e que a investigação aplicada tem um papel «absolutamente essencial» para criar impacto real no sector agrícola e nas comunidades locais, referindo ainda que as alterações climáticas «estão aí e temos de fazer um esforço colaborativo, procurando a partilha com aquilo que se faz em termos europeus». José Manuel Fernandes felicitou a equipa do InPP e realçou que esta é composta em grande parte por jovens, quando, no sector agrícola, a nível nacional, a média de idades é de 64 anos, das mais altas da União Europeia: «O que estamos a procurar fazer é a renovação geracional. Fico muito satisfeito quando só vejo jovens, e jovens em que se nota nos seus rostos alegria, o que significa que esse brilho que se vê é um sinal de esperança, de confiança, e com uma equipa multicultural, o que também só pode acrescentar».
«Podem contar connosco, com o nosso apoio, mas também contamos convosco para a mudança daquela que é uma urgência, que é a mudança da percepção em relação à agricultura: uma agricultura que é cada vez mais moderna, uma agricultura que precisa de ser rejuvenescida, onde o rendimento do agricultor tem de ser melhorado e uma agricultura que é essencial para a nossa segurança alimentar, e para a nossa autonomia estratégica», disse o ministro. Também estiveram presentes na sessão comemorativa o secretário de Estado da Agricultura, João Moura, o vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR Alentejo), que tem a pasta da Agricultura, Roberto Grilo, o presidente do INIAV, Nuno Canada, e o vereador da Câmara Municipal de Elvas, em representação de José Rondão Almeida, presidente da edilidade.
O InPP faz um balanço «positivo» do evento comemorativo, que foi «capaz de atrair a comunidade elvense, representantes de diversas empresas e produtores agrícolas, e a comunidade académica». Em comunicado, a entidade salienta ainda que, «após seis anos, o InPP promove a transferência de conhecimento, reforça a sua posição como um CoLab capaz de fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e serviços com uma forte componente tecnológica e de inovação, e fortalece o seu compromisso de impulsionar soluções que façam a diferença para enfrentar os vários desafios da protecção das culturas agrícolas».
[fotografias: InnovPlantProtect]
