Syngenta lança fungicida Miravis para controlo da estenfiliose da pereira

A Syngenta lançou em Portugal o fungicida Miravis, destinado ao controlo da estenfiliose da pereira. A empresa explica que este produto tem por base a substância activa pidiflumetofena, que pertence ao grupo químico das carboxamidas, «representando a nova geração de moléculas, inibidor da respiração do complexo II da membrana interna da mitocôndria dos fungos, inibindo a enzima sucinato desidrogenase – SDHI (Grupo FRAC – 7)», sendo que, «devido ao seu radical livre, consegue uma ligação mais robusta ao local de acção da substância activa».

A Syngenta salienta que este fungicida «revolucionário» chega ao mercado português quando a substância activa está em fase final de avaliação a nível europeu, «o que é uma enorme conquista da equipa da Syngenta em Portugal, que trabalhou em parceria com o Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN) e a Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) para obter a autorização excepcional de emergência para o controlo da estenfiliose». Na apresentação deste produto, realizada num webinar que teve lugar a 18 de Março, indicou-se que foi concedida ao COTHN uma Autorização Excepcional de Emergência por 120 dias, com efeito a partir de 25 de Fevereiro de 2025, para utilização do produto Miravis.

A empresa refere que «esta nova geração de fungicidas, com doses mais baixas de substância activa aplicada, permite uma maior eficácia em doenças de difícil controlo, como é o caso da estenfiliose da pereira». Segundo a Syngenta, o Miravis «é rapidamente absorvido pela camada cerosa das folhas e frutos» e «a sua afinidade com as ceras proporciona-lhe resistência à lavagem pela chuva e resulta numa libertação lenta, que lhe dá um excelente efeito de persistência».

Nos quatro ensaios realizados com este produto em pomares de pereira na região Oeste de Portugal, desde 2018, «comprovou-se que Miravis obtém níveis de eficácia superiores no controlo de Stemphylium, de 87% nas folhas e de 93% nos frutos», face «às verificadas com outros SDHIs do mercado nos mesmos ensaios», detalha a Syngenta. A empresa informa que este produto «deve ser aplicado preventivamente, logo após o início da floração e até o fruto atingir o tamanho de uma noz, entre os estados BBCH 60 a BBCH 72», acrescentando que deve ser «integrado num programa com produtos de outros grupos químicos, com diferentes modos de acção, e seguindo as boas práticas para reduzir o inóculo do fungo nos pomares, tais como o controlo das infestantes, que são hospedeiras da doença, e a retirada das folhas secas e da lenha de poda».

A Syngenta sublinha que «Portugal é o primeiro país da União Europeia a autorizar Miravis, a nova geração fungicida da Syngenta impulsionada pela tecnologia Adepidyn», e que «a tecnologia Adepidyn tem amplo espectro de controlo sobre uma vasta gama de doenças causadas por fungos. Esta tecnologia «está autorizada em diversos países e para várias culturas, nomeadamente na Argentina, desde 2016, nos EUA, desde 2018, e no Brasil, desde 2022».

De acordo com um comunicado da Syngenta, no webinar, a secretária-geral do COTHN, Maria do Carmo Martins, destacou a proactividade da DGAV na obtenção da Autorização Excepcional de Emergência para o Miravis, «o que demonstra a importância da fileira da pêra Rocha», realça o comunicado. Neste webinar, onde participaram 64 técnicos da fruticultura e distribuição, Maria do Carmo Martins comentou que «creio que o Miravis é uma solução inovadora e será mais uma ferramenta muito útil para a produção».

Este evento contou ainda com uma apresentação de Daniel Felix, investigador do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), sobre os resultados da monitorização da estenfiliose na campanha de 2024, no âmbito do Grupo de Trabalho Estenfiliose – que acompanha quatro pomares de pereira na região Oeste, tendo emitido no ano passado 46 informações semanais sobre a evolução da doença, durante a campanha. A Syngenta relata que «algumas das conclusões a reter são que as condições meteorológicas têm grande influência na disseminação da estenfiliose» – «temperaturas entre 15º e 20º graus, com humidade nas folhas superior a 40 horas semanais, são propícias ao desenvolvimento do Stemphylium» –, que «os pomares onde há escarificação de solo têm mais esporos do fungo do que os pomares com enrelvamento na entrelinha e sem mobilização do solo», que «há grande correlação entre a presença de folhas contaminadas e o aumento de sintomas da doença nos frutos» e que se verificou que «a maior incidência na contagem de esporos ocorreu entre as semanas 17 e 19, ou seja, coincidindo com o período pós-floração».

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