Governo limita subida do preço da água em Alqueva a 24%

O Governo anunciou hoje, 9 de Maio, que o aumento do tarifário do custo da água na região do Alqueva será limitado a 24%, ao invés do aumento de 140% que ocorreria caso se aplicasse a fórmula proposta pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva (EDIA) em Janeiro último. O anúncio desta limitação foi feito durante a reunião extraordinária do Conselho para o Acompanhamento do Regadio do Alqueva, realizada hoje em Beja, e que contou com a participação da ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, e do secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues.

Segundo um comunicado do Ministério da Agricultura e da Alimentação, «o aumento estabelecido para o preço da água corresponde a um valor médio de um cêntimo por metro cúbico (0,01 €/m3)». «Esta actualização foi feita considerando um conjunto de factores de optimização e não da aplicação de um modelo económico que previa um aumento na ordem de 140%. De entre os factores de optimização do sistema, destaco a implementação de um grande projecto fotovoltaico flutuante na rede primária do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA), a expansão do empreendimento para novas áreas de regadio, envolvendo uma diluição dos custos fixos do sistema de distribuição de água, e ainda um conjunto de outras pequenas economias resultantes da gestão integrada das redes primária e secundária e das economias de escala geradas», refere a ministra, citada no comunicado.

Maria do Céu Antunes afirma que «tal actualização do tarifário revela-se essencial para a competitividade dos sistemas de agricultura da região de Alqueva e para a manutenção da diversificação cultural do território», destacando «o esforço financeiro que está a ser feito, através do governo e da EDIA, para garantir o acesso à água e, consequentemente, a viabilidade das produções». De acordo com o comunicado, «o Parque Fotovoltaico de Alqueva, emblemático pelo uso da tecnologia flutuante e representando um investimento na ordem dos 45 milhões de euros, permitirá reduzir, em 50%, os valores das compras à rede de electricidade, contribuindo para a descarbonização da distribuição de água para o regadio e para o aumento da eficiência hídrica, pela redução da evaporação e do desenvolvimento de algas».

«É evidente a importância estratégica da implementação imediata da produção fotovoltaica para autoconsumo, no equilíbrio da gestão do projecto Alqueva e da competitividade agrícola, tendo em conta que esta representa uma das componentes associadas a um maior volume de custos, designadamente no actual contexto, em que a crise global da energia, agravada significativamente pelo conflito armado na Ucrânia, teve como consequência directa uma subida excepcional e imprevisível dos custos», sublinha a ministra. «Estamos a investir no presente para assegurar sustentabilidade no uso da água e da energia no futuro. Este é um investimento fundamental para a sustentabilidade da actividade agrícola e a questão energética é crucial. Não tenhamos dúvidas: o uso de energias renováveis é o caminho certo para a transição energética e para a redução da pegada de carbono», comentou Maria do Céu Antunes.

O Ministério indica também que, «no âmbito da criação do Livro Branco para o Regadio Público, colectivo e que promova a competitividade e a sustentabilidade do sector, assente no uso eficiente da água, serão promovidas, no decurso do próximo mês, reuniões regionais, tendo em vista a construção do modelo que dará sequência ao plano para o regadio 2030». A ministra considera que o investimento nas energias renováveis «é mais um passo impactante no cumprimento do Programa Nacional de Regadios, nomeadamente na promoção de novos regadios e na melhoria dos regadios existentes», acrescentando que «os efeitos das alterações climáticas são cada vez mais visíveis nas vidas de todas e de todos. Sendo o sector agrícola garante da nossa segurança alimentar, fonte de rendimento para tantas famílias e ponto de partida para tantas oportunidades nos nossos territórios, temos de o tornar mais resiliente, mais eficiente. A estratégia futura para o regadio procurará isso mesmo: compatibilizar sustentabilidade e competitividade, com cada vez mais inovação, tecnologia e conhecimento, contribuindo para sistemas mais inclusivos, mais justos e mais equilibrados».

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