Congresso “International Blueberry Days” analisa actualidade e futuro do mirtilo

O mirtilo foi o centro das atenções na Macfrut – Fruit & Veg Professional Show, a feira internacional de três dias para o sector de produtos frescos realizada em Rimini, Itália. Grande parte do congresso International Blueberry Days foi dedicado a players mundiais, representados por empresas líderes das principais áreas de produção e comercialização.

Globalmente, os mirtilos têm vários pontos fortes, que sustentam as perspectivas positivas para esta fruta, como sejam as tendências de consumo, a disponibilidade ao longo do ano e embalagens e marketing inovadores para oferecer aos consumidores novas oportunidades de compra e linhas de produtos premium.

O Peru começou o primeiro dia com foco nas estimativas de produção: nos últimos cinco anos, a produção aumentou de 43.000 toneladas em 2016 para 277.000 toneladas em 2022 e deve dobrar nos próximos cinco anos. John Early, da Agrovision, diz que o Peru está a crescer para os mercados asiáticos, especialmente a China: em 2022, mais de 1.400 contentores foram expedidos pelos três principais exportadores peruanos.

A renovação de variedades é um problema que afecta tanto o Peru quanto o Chile, que está a repensar as suas estratégias de produção e de exportação de mirtilo para enfrentar novos desafios. Orieta Ramirez, da Frusan, apontou que as questões mais críticas são «a logística, escassez de mão-de-obra, as alterações climáticas e o melhoramento genético; além disso, novos países produtores, nomeadamente o Peru e o México, mas também Marrocos e China, estão rapidamente a conquistar a o mercado dos mirtilos chilenos em todo o mundo, levando o Chile a procurar novas estratégias de diversificação». Na campanha 2022-2023, a quantidade de mirtilos chilenos frescos exportados deve cair 20%, de 110.000 toneladas para 87.000 toneladas.

Nader Musleh, da California Giant Berry Farms, deu uma visão do mercado dos EUA: com uma taxa de penetração de mercado de 45% e um volume de vendas de quase dois mil milhões de dólares, os mirtilos são a sétima fruta mais popular entre os americanos. De facto, 41% dos consumidores americanos disseram que os mirtilos são a sua fruta favorita.

Justin Mudge, da Chiltern Farms, explicou os desafios enfrentados pelos produtores de mirtilo na África do Sul: após um aumento na produção média nos últimos três anos, com mais de 3.000 hectares cultivados com mirtilos e 24.000 toneladas exportadas em 2022, os custos e preços actuais estão a colocar a indústria sob uma grande pressão. Enquanto os preços caíram 23% entre 2020 e 2021, os custos dispararam 51%, resultando numa perda generalizada de rentabilidade. Provocando também a definição de novas estratégias de sustentabilidade, baseadas na produção de qualidade e com quase 100 anos de experiência na exportação de frutas e legumes.

Já Dominika Kozarzewska partilhou os resultados da campanha promocional dedicada a estes pequenos frutos que foi implementada na Polónia, onde toda a cadeia de abastecimento se uniu para sensibilizar os consumidores sobre os benefícios dos mirtilos. Na Polónia, que produz mirtilos há quase 50 anos, as importações aumentaram mais rapidamente do que a produção e as exportações, tornando-se um dos mercados mais dinâmicos da Europa. De facto, as importações de mirtilo aumentaram 44%, de 9.910 toneladas em 2020 para 14.250 toneladas em 2021, e quatro em cada cinco famílias polacas compram agora mirtilos ao longo do ano.

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