A Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri) apela a que o Ministério da Agricultura e Pescas reconheça a doença “fogo bacteriano”, provocada pela bactéria Erwinia amylovora (Burr.) Winsl. et al., como «catástrofe natural». Em comunicado divulgado hoje, 5 de Fevereiro, a entidade também «defende a abertura, com carácter de urgência, de candidaturas à Operação 6.2.2 – Restabelecimento do Potencial Produtivo, para os produtores com pomares afectados pela doença ou objecto de arranque nos últimos anos, assim como a abertura de um aviso dedicado à plantação e modernização de pomares de Pêra Rocha, no âmbito da Operação C.2.1.1 – Investimento Produtivo Agrícola – Modernização».
A Confagri afirma que lança este apelo «em defesa da produção da pêra Rocha, que nos últimos anos perdeu metade da sua produção». «Nos últimos anos, a doença do fogo bacteriano, já conduziu ao desaparecimento de perto de um milhar de hectares de pomares de pêra Rocha, causando elevados prejuízos aos fruticultores e à economia das regiões afectadas, facto este que merece total atenção e diligência por parte do Ministério da Agricultura e Pescas», refere a entidade.

A Confagri explica que, «face à inexistência de tratamentos eficazes, a remoção e destruição por queima das partes das plantas com sintomas, com corte efectuado a pelo menos 50 centímetros abaixo das zonas afectadas, e o arranque e destruição imediata por queima das árvores com sintomas no tronco, têm sido os procedimentos adoptados para reduzir a propagação da doença». Contudo, sublinha a entidade, estas são «soluções que levam à redução do potencial produtivo dos pomares, assim como ao seu desaparecimento, quando a sua existência deixa de ser economicamente viável».
Segundo a Confagri, «é imprescindível o restabelecimento do potencial produtivo do pomar de pêra Rocha, não só através do apoio a replantações com árvores certificadas e isentas da doença, mas também da realização de intervenções sanitárias para remoção das partes infectadas». A confederação defende ainda que «devem ser fornecidos apoios para as estratégias de protecção das plantas ainda sem sintomas, sob pena do desaparecimento de uma variedade de pêra com denominação de origem protegida (DOP) que é única no mundo».