A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) acaba de solicitar ao Ministro da Agricultura a extensão do prazo para a submissão do Pedido Único (PU) 2025, para que a informação possa ser submetida com a maior fiabilidade possível – tendo em conta que o ano de 2025 tem sido caracterizado por condições climatéricas bastante adversas para a preparação dos solos e para a instalação das culturas de Primavera/Verão, em particular no caso do tomate de indústria e do arroz, culturas com um peso económico importante no País.
Uma vez que as condições meteorológicas actuais não dão sinais de melhoria a curto prazo, muitos produtores ainda não efectuaram o seu PU 2025, pois a instalação da cultura ou a possível alteração para uma cultura alternativa são, ainda, incertas.
A quantidade excessiva de precipitação registada ao longo das últimas semanas tem impedido muitos agricultores de entrar nos campos para realizar as actividades essenciais de cultivo e preparação do solo, o que compromete significativamente o normal desenvolvimento da campanha.
«Neste momento, no que respeita à cultura do tomate de indústria, apenas 8% da plantação foi realizada, quando, de acordo com o calendário agrícola e as melhores práticas do sector, deveríamos já ter atingido uma taxa de plantação de aproximadamente 60%. No caso da cultura do arroz, estamos com uma área de 95% por semear», lê-se no comunicado da CAP.
Este atraso, acrescenta a Confederação, coloca em risco a produção prevista para este ano, com consequências não só para os agricultores, mas também para toda a cadeia produtiva de tomate e arroz.
«Acresce que a grande maioria dos produtores, pelo número elevado de áreas que cultiva, apostou fortemente na aquisição de maquinaria e de know-now destas culturas, não sendo fácil a conversão para outro tipo de áreas», concluem.