CAP condena declarações de secretário-geral do Conselho Nacional da Água

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) diz que «condena» as «afirmações falsas e caluniosas» realizadas por Joaquim Poças Martins, secretário-geral do Conselho Nacional da Água, numa entrevista concedida recentemente à agência Lusa e que foi reproduzida em vários meios de comunicação social. Em comunicado, a confederação considera que Joaquim Poças Martins «tece um conjunto de afirmações falsas e acusações graves que merecem resposta e repúdio», acrescentando que o «desconhecimento da realidade e acusações difamatórias aos agricultores desprestigiam Conselho Nacional da Água».

A CAP destaca várias passagens da entrevista, em que o secretário-geral do Conselho Nacional da Água apela a «uma mudança de paradigma» na agricultura portuguesa: «a rega em Portugal não é feita de forma parcimoniosa pelos agricultores porque não se fazem contas: em Portugal, praticamente não se paga pela água para a agricultura e não se mede a água e, por aquilo que não se mede nem se paga, não se poupa»; «a generalidade dos agricultores, como tem a água barata e como estão, permanentemente, habituados a muitos subsídios, não são eficientes (…), os subsídios são perversos»; «a maior ajuda em Portugal aos agricultores, mas que talvez não seja ajuda, é dar água de graça, porque a água de graça é perversa, não estimula o desenvolvimento, não estimula a poupança, não estimula a eficiência». Segundo a CAP, «nenhuma destas afirmações é verdadeira» e «tratam-se de acusações gratuitas, enganadoras, ilusórias e insultuosas, cuja conjugação e mistura apenas confunde as pessoas e adia o problema de proporções gigantescas que Portugal tem entre mãos».

«São afirmações caluniosas, irresponsáveis, que desprezam os agricultores e o esforço do seu trabalho na produção de alimentos e na viabilização dos seus investimentos, revelando um profundo desconhecimento do sector, o que é muito grave atendendo ao cargo que exerce», defende a CAP. «A temática da água, do seu bom uso e utilização como recurso, é um assunto levado muito a sério pelos agricultores e demasiado importante para se subordinar a declarações falsas e difamatórias de um único responsável, que para expressar a sua visão deturpada do sector agrícola faz uma utilização abusiva do cargo institucional que ocupa.»

A CAP indica que Eduardo Oliveira e Sousa, como representante da CAP no Conselho Nacional da Água, «irá intervir na próxima reunião deste órgão, que terá lugar no próximo dia 3 de Outubro, presidida pelo Ministro do Ambiente, onde apresentará uma declaração de protesto quanto ao conteúdo das afirmações proferidas, inadmissíveis num cargo de representação institucional». A entidade explica ainda que o Conselho Nacional da Água é «o órgão independente de consulta do Governo português no domínio do planeamento e da gestão sustentável da água», que neste órgão «têm assento mais de 50 pessoas, entre representantes da Administração Pública (central, regional e local), da academia, de organizações científicas, económicas, profissionais e não governamentais mais representativas nos usos da água e de personalidades de reconhecido mérito no domínio dos recursos hídricos».

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