A Associação de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais (Anpoc), e os Cereais do Alentejo, receberam o primeiro Prémio Inovação 2022, um dos prémios atribuídos pelo Clube de Produtores Continente, que tem como objectivo cultivar o mérito e semear a inovação em prol da excelência da produção nacional.
O prémio, entregue pelas mãos de Catarina Simões – directora da Unidade de Padaria e Pastelaria da Sonae MC; e de Ondina Afonso – presidente do Clube de Produtores Continente, vem distinguir o projecto de inovação apresentado pela Anpoc, no âmbito da Academia Produtores Continente, que englobou dois produtos com o selo Cereais do Alentejo: grão-de-bico verde, em parceria com a Egocultum e gérmen de trigo, em parceria com a Germen Moagens.
Para Astride Sousa Monteiro, responsável da marca Cereais do Alentejo, «este prémio foi recebido com um misto de surpresa e orgulho. Surpresa porque competíamos com um grupo incrível de candidatos, todos eles com projectos muito estruturados e inovadores; e, naturalmente, muito orgulho, por se tratar do reconhecimento de um trabalho centrado na inovação, cada vez mais estruturado, de valorização da fileira dos cereais, oleaginosas e proteaginosas. Também é importante sublinhar que pelo facto de estarmos a atravessar uma fase de maior incerteza mundial, devido também aos factores externos, o foco na inovação é essencial do ponto de vista estratégico nacional, e é nessa linha estrutural que temos vindo continuamente a trabalhar».
Como factor diferenciador do projecto, Astride Sousa Monteiro refere ainda que «é frequente a produção agrícola estar longe do consumidor, por haver necessidade de transformação. Com estes dois produtos quisemos aproximar-nos do cliente final, indo ao encontro das actuais tendências de mercado».
No caso do grão-de-bico foi valorizada a sua apresentação em verde (como se de ervilha tratasse) que «dá origem a um grão mais doce, com muito sabor», acresce que o grão-de-bico, sendo leguminosa, «tem um papel muito importante na melhoria da estrutura e fertilidade do solo».
Já no caso do gérmen de trigo, para além «da combinação única de elevados teores de fibra e proteína, foi valorizado o processo de estabilização térmica, que reduz a carga microbiana, aumenta o tempo de conservação e altera cor e textura, melhorando significativamente as características organolépticas do gérmen».
Assim, o gérmen, tradicionalmente visto como subproduto da moagem de trigo e relegado para a alimentação animal, «ganha um novo vigor como produto de alto valor nutricional para a alimentação humana, contrariando o desperdício».
Para além deste prémio, no universo dos parceiros do Clube de Produtores Continente, a entidade entregou ainda um segundo Prémio de Inovação – num universo de 18 projectos de inovação avaliados pela Sonae MC –, à empresa de comércio de marisco Aki D’el Mar, e ainda o Prémio Sustentabilidade (à empresa de produção de fruta Jurofrutas) e o Prémio Excelência 2022 (à empresa NARC Frutas). Já no ano passado a Anpoc tinha ganho o Prémio Excelência.