No Recenseamento Agrícola 2019 (RA 2019), verificou-se que a superfície agrícola utilizada (SAU) em Portugal passou a ocupar 3,9 milhões de hectares (43% da superfície territorial), o que representa um aumento de 7% face a 2009. Isto apesar de, nesta operação de recolha de informação levada a cabo pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) entre Outubro de 2019 e Novembro de 2020, terem sido recenseadas 290.000 explorações, menos 15.500 que em 2009 (-5%).
Os dados preliminares do RA 2019, agora divulgados, indicam que, na última década, a dimensão média das explorações agrícolas subiu para 13,6 hectares de SAU por exploração (mais 1,6 hectares de SAU do que em 2009) e que houve uma redução de 12% nas terras aráveis, por contraponto com «os expressivos aumentos das áreas das culturas permanentes (mais 24%) e das pastagens permanentes (mais 14%)», assinala o INE. Na agricultura de cariz familiar, o INE destaca que «o processo de envelhecimento não abrandou, passando a idade média dos produtores singulares para os 62 anos (mais dois anos que em 2009)».
O INE sublinha também que, em Portugal, «assistiu-se a uma forte aposta na instalação, modernização e rega de olivais e pomares, principalmente de frutos pequenos de baga, subtropicais e amendoais». Acresce a isto que «a produção pecuária registou uma evidente reestruturação, que levou ao abandono de pequenos produtores e ao aumento generalizado da dimensão média do efectivo por exploração» e que «a empresarialização da agricultura cresceu, com a duplicação em dez anos do número de sociedades agrícolas, que ganharam importância na estrutura produtiva, passando a explorar 36% da SAU (27% em 2009) e a produzir 56% dos efectivos pecuários (41% em 2009).
O INE pretende disponibilizar os resultados definitivos, «até ao nível geográfico da freguesia», no fim de Março de 2021. Também vai ser editada uma publicação de análise da informação, que será divulgada no portal do INE.