70% dos europeus estão a ficar sem espaço nos seus contentores de reciclagem

Um novo estudo da DS Smith, empresa de referência em packaging sustentável, revela a crise de reciclagem que se está a instalar em toda a Europa, pelo facto de as casas estarem a ficar sem espaço para reciclar adequadamente.

O aumento das compras online e do tempo que passamos em casa fez com que os contentores transbordassem, tanto que 70% dos europeus afirmam estar a ficar sem espaço nos seus contentores de reciclagem e 43% dizem que isso acontece a cada duas semanas ou mais.

No entanto, esta é apenas a ponta do iceberg. De acordo com a empresa líder em reciclagem e embalagens DS Smith, a infraestrutura de reciclagem da UE não está preparada para lidar com o aumento do volume de reciclagem doméstica, causado em parte pela covid-19.

A DS Smith afirma que, à medida que observamos cada vez mais embalagens a entrar nas nossas casas, precisamos de assegurar que temos a infraestrutura certa para lidar com a reciclagem das mesmas.

O estudo mostra que o aumento é causado por duas mudanças radicais na forma como temos feito compras e vivido durante a pandemia. As compras online estavam a crescer antes da covid-19, mas foram rapidamente aceleradas após o seu surgimento.

De facto, 66% dos europeus afirmam que compraram mais online desde o confinamento inicial, em Março de 2020. Entre os europeus que experienciaram um aumento na sua reciclagem, 56% dizem que se deve ao facto de passarem mais tempo em casa, pois os escritórios e escolas foram encerrados, e 38% consideram que o aumento das compras à distância fez com que os seus contentores transbordassem.

 

Tendo em conta que as compras online vieram para ficar (82% dos europeus planeiam fazer compras digitais ao mesmo nível ou mais após o confinamento) e o teletrabalho está a desempenhar um papel importante nas nossas vidas (um estudo do McKinsey Global Institute revela que poderá existir quatro a cinco vezes mais trabalho remoto do que antes da pandemia, o que poderá originar uma grande mudança na geografia do trabalho), a nossa infraestrutura de reciclagem precisa de uma reforma.

Para ilustrar este problema, a DS Smith criou um contentor de reciclagem muito maior do que os convencionais, que demonstra a escala das mudanças necessárias.

O estudo realizado pela DS Smith revela também que 48% dos europeus consideram que os seus contentores de reciclagem deveriam ser maiores e 24% admitem ter colocado resíduos recicláveis noutro contentor, quando o correcto estava cheio, o que significa que provavelmente acabarão num aterro ou incinerados.

Os principais artigos que os entrevistados afirmaram ter reciclado mais desde o início da pandemia são embalagens de compras online (39%), embalagens de sabonete para as mãos (27%) e rolos de papel higiénico (26%).

Além disso, 42% dos participantes no estudo sentem-se constrangidos com os resíduos que produzem e 48% referem que se deve ao facto de as suas famílias estarem a produzir demasiados resíduos. Na verdade, 81% demonstraram preocupação com o impacto do excesso de resíduos no meio ambiente.

Muitos também se preocupam com as infraestruturas, com 27% dos entrevistados preocupados por a sua reciclagem não estar a ser tratada de forma adequada e acabar em aterros ou a ser incinerada. 71% dos entrevistados concordam que precisamos urgentemente de mais informações sobre o que podemos ou não reciclar.

Javier Innerarity, director de Operações da DS Smith Recycling Ibéria, referiu: «Ainda antes da pandemia, estávamos a aumentar as nossas compras online e a trabalhar mais a partir de casa, mas as restrições devido à covid-19 aceleraram estas tendências. Visto que muitas destas mudanças parecem ter vindo para ficar, incluindo os nossos novos hábitos de reciclagem, devemos garantir que o nosso sistema de recolha nos permite reciclar material da melhor qualidade possível nas nossas casas».

«Embora se esteja a fazer um grande esforço para reciclar em casa, uma das chaves para atingir os objectivos europeus de reciclagem é a qualidade dos materiais que chegam às unidades de reciclagem. Embora seja necessária uma infraestrutura de reciclagem que consiga responder ao aumento de material doméstico para reciclar, é vital que os consumidores tenham as informações necessárias para poder separar os materiais correctamente na origem e, assim, assegurar que a qualidade da matéria-prima recolhida seja óptima para a sua posterior reciclagem», acrescentou Innerarity.

Os europeus estão também conscientes de que alguns materiais são melhores do que outros: 46% pretendem tentar usar mais embalagens em cartão ou produzidas à base de papel, em vez de embalagens em plástico, porque se reciclam mais facilmente.

 

 

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