O Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP) do Ministério da Agricultura e da Alimentação publicou recentemente a edição 25 da revista Cultivar, subordinada ao tema “O investimento na agricultura”. Segundo a entidade, o tema do investimento na agricultura é «elemento central nas políticas públicas dedicadas ao sector agrícola» e esta edição da revista “Cultivar – Cadernos de Análise e Prospectiva” reúne contributos relativos a vários tópicos:
- Análise da evolução da composição do investimento na economia portuguesa e na agricultura;
- Análise sobre a modificação da gestão agrícola em Portugal nos últimos anos;
- Diagnóstico da agricultura portuguesa, internamente e no âmbito da União Europeia;
- Panorâmica das mais recentes tendências do investimento em novas tecnologias agroalimentares;
- Abordagem das necessidades e desafios que se colocam ao sector agrícola e que conduziram ao actual processo de transformação digital;
- Experiência sobre questões relacionadas com a gestão de uma empresa agrícola e estudos de caso em torno do investimento feito em explorações agrícolas;
- Síntese dos apoios ao investimento na exploração agrícola no âmbito da Medida 4 de apoio ao desenvolvimento rural pelo Feader;
- Análise da recente regulamentação europeia sobre promoção do investimento sustentável.
No editorial, é indicado que «a reflexão sobre este tema indicia que se verifica uma tendência na reestruturação do perfil do investimento e do investidor no sector agrícola e a sua relação com os custos intermédios», uma situação que «aconselha a uma actuação progressiva na alteração dos incentivos ao investimento tradicionais».«Em particular, tem sido constatada a externalização de serviços, o que leva, em muitos casos, a uma transferência das opções de investimento, nomeadamente no caso dos equipamentos, para soluções de contratação externa», refere.
O GPP assinala que os conteúdos desta edição «evidenciam as fragilidades do modelo actual e a necessidade e capacidade dos agricultores procurarem respostas e caminhos alternativos», sendo que «a tendência de reestruturação ao nível do investimento decorre assim da racionalidade, necessidades de eficiência e flexibilidade sentidas pelos agricultores, sendo promotora de ganhos económicos e ambientais». Contudo, realça, «o sentido dessas necessárias mudanças não será consensual, colocando-se um conjunto de questões ao nível do modelo de apoio ao investimento, cuja resposta pode ajudar a melhorar os instrumentos de incentivo ao investimento na competitividade».
A entidade assinala ainda que «esse caminho tem limites, considerando a crescente integração na PAC de objectivos para a melhoria do desempenho ambiental e social, adicionando novas dimensões de análise para o destino dos recursos públicos de apoio ao investimento, os quais passam, em parte, a estar mais relacionados com a resiliência das explorações do que com a sua eficiência». Pode consultar a 25.ª edição da revista Cultivar aqui ou pode descarregar a publicação aqui.