Terminou hoje, 22 de Novembro, em Vilamoura, no Algarve, a 18.ª edição da Conferência Internacional de Organizações de Produtores de Frutas e Legumes (ICOP), evento anual organizado pela empresa austríaca de consultoria gfa-consulting gmbh, entidade fundadora do ICOP. O evento, que decorreu pela segunda vez em Portugal, que durou três dias e que contou com 140 delegados de 17 países europeus, teve a co-organização da Portugal Fresh – Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal, da Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (FNOP) e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve.
Esta iniciativa anual visa debater e reflectir sobre as mais recentes tendências económicas e políticas, promover o intercâmbio entre produtores e divulgar o sector hortofrutícola europeu, tendo o programa da 18.ª edição consistido em debates em sala – a propósito dos temas tendências de mercado, oportunidades de exportação, internacionalização e sustentabilidade – e, no dia de hoje, visitas a várias organizações de produtores que operam na região: Frusoal, Global Avocados, Lusomorango e Madrefruta. Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh e chairman deste evento desde 2017, que presidiu os trabalhos, salientou que, para a Portugal Fresh, é fundamental valorizar as organizações de produtores e aumentar o grau de organização em Portugal, para que o sector das frutas e legumes se aproxime da média europeia: «Só assim é possível ganhar maior escala na oferta e poder negocial».
«Este é o evento anual mais importante na União Europeia para as organizações de produtores (OP) de frutas e legumes. Termos a possibilidade de realizar a 18ª conferência em Portugal permitiu reforçar a notoriedade do nosso sector a nível internacional e a cooperação entre as OP da União Europeia. Durante estes dias, conseguimos identificar as diferenças entre os programas operacionais dos vários Estados-membros e avaliar as oportunidades de mercado», afirmou. Indicando que a União Europeia continua a ser o principal destino das exportações portuguesas, representando mais de 80% do valor, referiu que «as OP têm posições muito fortes nos seus países e podem ajudar as OP nacionais».
Na conferência, Gonçalo Santos Andrade também destacou o papel dos novos programas operacionais, debaixo do novo Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) para Portugal no período 2023-2027. «Estes programas operacionais não podem diminuir a competitividade das empresas portuguesas que estão com dificuldades para conseguir cumprir as novas regras e exigências. Há que criar mais acções ambientais exequíveis elegíveis, de forma a ser possível maximizar os investimentos nos programas operacionais. Ao mesmo tempo, a nível da investigação, inovação e sustentabilidade é urgente dar resposta às necessidades dos produtores, e o espectro elegível e a flexibilidade têm de ser maiores nas despesas elegíveis.»
No dia 20, o secretário de Estado da Agricultura, João Moura, marcou presença na sessão de abertura e participaram no evento representantes da Auchan e da Mercadona, que partilharam os desafios que o retalho alimentar enfrenta no sector das frutas e legumes. Nesse dia, Cindy van Rijswick, do departamento de investigação do sector agroalimentar da Rabobank (Países Baixos), abriu os trabalhos com uma intervenção sobre as sete principais tendências que impactam o sector. No segundo dia do ICOP, presidido pelo CEO da gfa, Wolfgang Braunstein, estiveram em foco a Política Agrícola Comum, os programas operacionais e a partilha de exemplos das melhores práticas das organizações de produtores em termos de inovação, investigação, sustentabilidade e tendências.
[Fotografias: FNOP, Frusoal, CCDR Algarve, Portugal Fresh]