Veracruz empenhada em combater desertificação do interior de Portugal

A Veracruz já contabiliza 25% de trabalhadores que se mudaram para o interior de Portugal. Sediada na Beira Baixa, a empresa acredita que o interior do país tem um enorme potencial e, por isso, atrair talento qualificado e diversificado tem sido uma aposta forte do grupo desde 2017.

Com um total de 1.300 hectares distribuídos entre Idanha-a-Nova e Fundão, no distrito de Castelo Branco, a Veracruz conta com «uma equipa qualificada e multidisciplinar».

Do universo actual de 40 trabalhadores fixos, 25% não residia no interior do país e com as respectivas famílias são já 45 pessoas que passaram a viver no interior de Portugal, próximo às herdades do grupo.

Além dos trabalhadores fixos, a presença da Veracruz incrementa trabalhos indirectos no comércio, no agroturismo, na restauração, entre outros, contribuindo, assim, para dinamizar fortemente a economia da região.

Armindo Jacinto, presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, considera que a Veracruz tem tido um papel decisivo na fixação de população na região. «É uma empresa que alia a sustentabilidade ambiental à responsabilidade social na produção de amêndoa. São dezenas de colaboradores, muitos deles altamente qualificados, que contribuem para o desenvolvimento económico e social deste concelho e de toda a região», afirma.

Paulo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Fundão, destaca que «a instalação da Veracruz no concelho do Fundão, uma empresa classificada como Projecto de Interesse Nacional, tem criado um forte impacto na economia local e regional. O intercâmbio entre a autarquia e a empresa tem sido de grande dinâmica, tendo já sido firmado um protocolo para uma plataforma de testagem de tecnologia aplicada à agricultura e lançado o concurso Agrotech».

Em causa estão directores administrativos e directores de Tecnologia, especialistas em Tecnologias de Informação e Ciências de dados, para além de encarregados de campo.

Actualmente, a Veracruz possui vagas abertas para actividades de campo, como tratoristas, operadores de máquinas agrícolas pesadas, agrónomos, trabalhadores para a área de manutenção das herdades, desenvolvedores de software e gestores de projectos.

«Esta diversidade é bastante enriquecedora. A Veracruz prioriza a contratação de talento local, mas nem sempre consegue preencher todas as vagas de trabalho. Ao mesmo tempo, sabemos que um engenheiro de uma cidade grande pode trabalhar e viver aqui no interior com maior qualidade de vida e com segurança acrescida. Portanto, a nossa missão é continuar a crescer», explica Edson Brandi, director de Produto e Inovação da Veracruz.

Para conseguir captar e fixar cada vez mais talento qualificado, a empresa oferece salários acima da média do mercado, tem uma política de distribuição dos resultados e desenvolve acções de formação regulares.

Além disso, criou um programa de capacitação e desenvolvimento profissional, denominado Germinar, que constitui uma ferramenta de progressão para os trabalhadores, a que juntou o Germinar Social, para responder eficazmente ao actual contexto de alta de preços.

«Na Veracruz, acreditamos que o desenvolvimento constante é o que permite que a empresa alcance os resultados desejados com eficiência. Assim, criámos o Germinar, que funciona como um guião de carreira para cada colaborador. O objectivo é que cada um consiga desenvolver melhor o seu trabalho, contribuindo para um objectivo que é comum a todos», sublinha Andreia Barbosa, directora de Recursos Humanos da empresa.

O programa Germinar contempla objectivos, resultados-chave e indicadores de avaliação definidos para cada área e alinhados com os objectivos da empresa.

Assim, cada funcionário vai recebendo feedback do líder de equipa para saber o seu nível actual, onde poderá chegar e o que precisa de fazer para o alcançar.

Para os trabalhadores que operam no campo, por exemplo, são avaliados indicadores como a «qualidade e evolução do trabalho», «o zelo no uso de equipamentos» ou «o trabalho em equipa». Os prémios são pagos ao trabalhador de acordo com as respectivas categorias laborais.

Ainda no âmbito do programa Germinar, a Veracruz criou o Germinar Social.

Atenta ao mercado e ao actual contexto de alta de preços e consequente perda do poder de compra, com impactos muito significativos no combustível e na alimentação, a empresa passou a conceder a todos os trabalhadores de campo um cabaz mensal, no valor de 100 euros, e ainda gasóleo extra, benefícios que se somam aos já praticados, como o vale refeição, com valor acima de mercado, e as ajudas de deslocação.

A presença da Veracruz nos municípios de Idanha-a-Nova e no Fundão tem contribuído também para dinamizar a economia local.

Júlia Fernandes, proprietária da Quinta Ponte da Capinha, no Fundão, considera que a chegada da Veracruz contribuiu para atrair muitos turistas para a região. Na sua unidade de Agroturismo têm decorrido conferências e acções de formação promovidas pela empresa.

«A Veracruz não é uma simples empresa, é mais do que isso. Apesar do core business ser o produto da amêndoa, a empresa preocupa-se em relacionar-se com outros sectores de actividade presentes na região. A nossa taxa de ocupação aumentou consideravelmente durante a semana, o que contribuiu para a diminuição do fenómeno da sazonalidade turística, não só com elementos da Veracruz, mas também com o apoio concedido aos eventos e às empresas nacionais e estrangeiras que querem visitar este fenómeno que é a Veracruz», afirma.

A Veracruz estabeleceu uma parceria com esta unidade hoteleira, que envolve actividades turísticas, como, por exemplo, a organização de visitas guiadas às herdades do grupo com o objectivo de contribuir para a promoção do turismo na região. Em comum, as duas empresas têm a preocupação de incrementar o turismo sustentável, medindo impactos ambientais, económicos e sociais.

Numa óptica de incremento da rota gastronómica da região, também restaurantes e pastelarias foram desafiados para desenvolverem novos produtos tendo como base a amêndoa.

Gustavo Ramos, director de Operação Agrícola, afirma: «Queremos atrair e reter o melhor talento do mercado. Pessoas que integrem a família Veracruz e que partilhem a nossa visão e valores. Que beneficiem das oportunidades de crescimento que a empresa proporciona e que desfrutem da qualidade de vida que o interior do país tem para oferecer».

Em 2023, a Veracruz vai construir a sua própria fábrica de descasque e transformação da amêndoa em Idanha-a-Nova, um processo que irá desencadear a criação de novos postos de trabalho e fomentar e dinamizar ainda mais a economia da região.

A empresa definiu como meta inverter a situação deficitária de Portugal relativamente à produção de amêndoa e contribuir para que o país seja uma referência na produção deste fruto. Atrair e fixar mais talentos para o interior do país, no combate a desertificação, são objectivos traçados pela Veracruz, que opera «com o que existe de mais moderno na agricultura de precisão, em estreita articulação com os princípios da sustentabilidade e da biodiversidade».

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