A Syngenta realizou a 13 de Março, em Viseu, a sua Reunião Anual de Distribuição, em que apresentou os novos produtos Miravis, Ebudim e Karate Trap B, três novas soluções bioestimulantes – Talete, Cuivrol Plus e Vita – e a sua estratégia para «continuar a crescer em Portugal». Miravis é um fungicida, «impulsionado pela tecnologia Adepidyn, que chega à União Europeia pela primeira vez através de uma Autorização Excepcional de Emergência por 120 dias para controlo da estenfiliose da pereira, concedida ao COTHN-CC», relata a empresa.

Por sua vez, Ebudim é um «biofungicida autorizado para protecção contra o oídio, o míldio e a botrytis em vinha, culturas hortícolas e pequenos frutos», que «está isento de Limites Máximos de Resíduos», que «pode ser utilizado em modo de produção convencional, Protecção Integrada e Modo de Produção Biológica» e que «permite reduzir o número de aplicações de cobre e de enxofre, tradicionalmente aplicadas na cultura da vinha», indica a Syngenta. A empresa explica também que este produto é formulado à base de Cerevisane – «uma fracção inerte derivada de uma levedura de panificação, a Saccharomyces cerevisiae LAS117» –, a qual constitui «um Indutor de Resistência Sistémico (ISR), que actua limitando a presença do patógeno na planta e activando as suas defesas com genes específicos».

A Syngenta refere que KarateTrap B é «uma solução para captura em massa da mosca da azeitona (Bractocera oleae), composta por uma armadilha, por isco impregnado com Lambda cialotrina, que actua como insecticida de contacto, e um atractivo alimentar específico». Segundo a empresa, este produto «destaca-se pela sua elevada capacidade de captura da praga, facilidade de colocação nas oliveiras e segurança para o operador e para a cultura, pois não tem intervalo de segurança, nem deixa resíduos nos frutos».
A Syngenta afirma que os produtos Ebudim e Karate Trap B «são tecnologias que capacitam os agricultores a produzir mais e melhores alimentos enquanto preservam o planeta», enquanto o produto Miravis é apontado como um «exemplo da inovação disruptiva da Syngenta ao serviço da agricultura». A propósito destes anúncios, Paulo Machado, responsável comercial da Syngenta para a Área Atlântica na Península Ibérica, comentou que «temos visão do que queremos em portfólio, ouvimos os agricultores e a distribuição e somos ágeis a reagir e adaptar-nos às necessidades do mercado, e temos envergadura através da competência da nossa equipa e da inovação disruptiva das nossas soluções».

Na vertente dos bioestimulantes, um dos destaques foi o Talete, «composto por biomoléculas de origem vegetal, para incentivar a produção sustentável através de uma gestão adequada e cuidadosa da água, tanto em condições de disponibilidade hídrica como de escassez». Este produto foi desenvolvido através da tecnologia GeaPower e «auxilia no aumento da produtividade da água aplicada, contribuindo para ganhos económicos e biofísicos por cada unidade de água usada nas culturas agrícolas», assinala a empresa.

Já o bioestimulante Viva «revitaliza e melhora a estrutura e a actividade bioquímica da rizosfera, melhorando os parâmetros relacionados com a saúde do solo, gerando um efeito equilibrado nas plantas», sublinha a Syngenta. Cuivrol Plus é um fertilizante líquido formulado com extractos seleccionados da alga Ascophyllum nodosum e com os microelementos cobre, zinco e manganês, que «reforça e proporciona energia à planta face a stress abiótico e favorece a nutrição da cultura».

A propósito destes anúncios, a empresa realçou que «a Syngenta Biologicals apresenta um portfólio de soluções cada vez mais robusto, fruto de investimento em investigação e desenvolvimento próprio e através da aquisição de empresas terceiras, como é o recente caso da Novartis». A empresa apresentou também soluções herbicidas para a cultura do milho: Evolya e Indavius, para controlo das infestantes em pré-emergência e pós-emergência precoce; Elumis, Mistral Plus, Callisto Plus e Banvel D, para controlo das infestantes em pós-emergência.

Foi igualmente apresentada no evento, nas palavras da Syngenta, «uma estratégia ambiciosa para continuar a crescer em Portugal, depois de em 2024 se ter destacado como a única entre as grandes indústrias de protecção das plantas a ganhar quota de mercado». A empresa detalha que, no ano passado, cresceu 18% e «conquistou mais 0,8% de quota de mercado», sendo que, em 2024, «as vendas de produtos fitofarmacêuticos em Portugal atingiram 220 milhões de euros, uma subida de cerca de 10% face a 2023».
A Reunião Anual de Distribuição da Syngenta contou também com uma apresentação de Adelaide Perdigão, professora do Instituto Politécnico de Viseu e especialista em Ciências do Solo, sobre a importância da matéria orgânica no solo e das suas funções físicas, químicas e biológicas. No evento, foi ainda destacado que a empresa disponibiliza um conjunto de ferramentas digitais integradas na sua plataforma Cropwise – «para ajudar os agricultores a optimizar a gestão das culturas e a melhorar a gestão das explorações» –, onde se incluem as armadilhas digitais Trap View, para monitorização automática de pragas como a traça-da-uva (Lobesia botrana) e a traça-da-oliveira (Prays oleae). Neste âmbito, Gilberto Lopes, Field Technical Lead Atlantica & Norte, informou que a Syngenta, depois de ter instalado uma rede de monitorização da traça-da-uva na Península de Setúbal, em 2023, em parceria com os seus distribuidores J. Sobral&Filhos e Agrotaipadas, alargou este projecto ao Douro e ao Alentejo, contando com a parceria da ATEVA e da Fundação Eugénio de Almeida, no caso da vinha, e do seu distribuidor A. Cano, no caso do olival.
