Vinte e cinco horas após tomar posse, a secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, apresentou a sua demissão. Segundo uma nota do Governo, a responsável entendeu «não dispor de condições políticas e pessoais para iniciar funções no cargo», tendo a demissão sido «prontamente aceite».
Numa nota posterior, lê-se: «Considerando as recentes notícias, o Ministério da Agricultura e da Alimentação informa que a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, não tinha conhecimento de qualquer envolvimento de Carla Alves em processos judiciais».
Recorde-se que a então directora regional de Agricultura e Pescas do Norte foi a nomeada para suceder a Rui Martinho, que deixou o cargo por «questões de saúde».
O pedido de demissão por parte de Carla Alves surgiu depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter considerado que o caso noticiado pelo Correio da Manhã (CM) tinha «peso político».
Recorde-se que o jornal diário avançou em primeira página que o Ministério Público tinha identificado uma discrepância entre os rendimentos declarados por Américo Pereira, antigo presidente da Câmara de Vinhais e marido da agora demissionária secretária de Estado da Agricultura, e o balanço das contas bancárias entre os anos de 2013 e 2020. A notícia dizia ainda que Polícia Judiciária investigou suspeitas de crimes de corrupção activa e prevaricação num negócio de compra de terrenos naquela localidade. Em reacção à informação de que a investigação abrange as contas bancárias do casal, Américo Pereira rejeitou a existência de qualquer ilegalidade.