Projecto europeu Wasteless vai combater o desperdício alimentar

O desperdício alimentar é o foco do projecto europeu “Wasteless” (Waste Quantification Solutions To Limit Environmental Stress), que teve início no corrente mês de Janeiro e que vai ser coordenado pelo Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Com uma duração de três anos, parceiros de 13 países e um financiamento de 5,5 milhões de euros por parte da Comissão Europeia, esta iniciativa tem como grande objectivo reduzir em 20% o desperdício alimentar na União Europeia.

O projecto “Wasteless” envolve investigadores de Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Estónia, França, Grécia, Hungria, Itália, Portugal, Chéquia, Suíça e Turquia. Recentemente, durante dois dias, cerca de meia centena de investigadores que participam nesta iniciativa estiveram reunidos nas instalações da UTAD, em Vila Real, para definir «de que forma será desenvolvida a combinação de ferramentas e metodologias inovadoras para medir e monitorizar as perdas e os desperdícios alimentares no contexto europeu», explica um comunicado da UTAD.

«O projecto contribuirá para a prossecução dos objectivos e metas da estratégia “Farm to Fork” e para o “Green Deal Europeu”, bem como para reduzir para cerca de metade o desperdício alimentar per capita, a nível do retalho e dos consumidores, até 2030. Adicionalmente, também terá um impacto positivo significativo, na próxima década, na redução das emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para a estratégia de diminuição do impacto das alterações climáticas», refere Ana Barros, a investigadora do CITAB e coordenadora do “Wasteless”. A UTAD salienta que, «em média, cada habitante europeu desperdiça, anualmente, 179 kg, segundo dados do Parlamento Europeu» – o que faz com que nos 27 Estados-membros da União Europeia «se desperdicem cerca de 88 milhões de toneladas de alimentos», o equivalente a «143 mil milhões de euros, a cada ano» –, existindo várias origens de desperdício alimentar: doméstico (40%), indústria agroalimentar (39%), restauração (14%) e distribuição (5%).

De acordo com a UTAD, «por ser nas cozinhas das famílias que ocorre grande parte deste desperdício, serão usados vários estudos de caso para avaliar o destino final de alguns grupos de alimentos como as frutas e vegetais, sumos de fruta, carnes processadas, derivados do leite, cereais ou outros». Ana Barros indica que «estes e outros casos práticos são as melhores formas que temos para avaliar e medir de forma objectiva quais os principais mecanismos de acção que permitirão, a longo prazo, diminuir e reutilizar estes desperdícios».

O consórcio multidisciplinar desta iniciativa europeia também vai «recomendar um quadro para a quantificação do desperdício alimentar e, em simultâneo, desenvolver uma “caixa de ferramentas” de apoio à decisão». «O que pretendemos é criar ferramentas para toda a cadeia de valor alimentar com base nos pontos de recolha do projecto Wasteless que vão estar presentes em todos os territórios da União Europeia», assinala Ana Barros.

De Portugal, participam também no “Wasteless” a Associação Colab4food – Laboratório Colaborativo Para Inovação Da Indústria Agroalimentar (Colab4Food), a Federação Das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA) e o Instituto Superior de Agronomia (ISA). Pode consultar mais informação sobre este projecto aqui.

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