Projecto AGIR desenvolve sistema para melhorar eficiência do uso de água e energia no regadio

No âmbito do grupo operacional “AGIR Sistema de Avaliação da Eficiência do Uso da Água e da Energia em Aproveitamentos Hidroagrícolas”, foi desenvolvido uma ferramenta de diagnóstico e avaliação que visa «optimizar o uso da água e da energia no regadio, reduzindo perdas e melhorando a eficiência». «A nova matriz funciona como um sistema de semáforos, avaliando indicadores de desempenho tais como perdas de água por repassos em canais e condutas, avarias em instalações eléctricas ou planeamento de manutenção das infraestruturas de distribuição de água», diz a Federação Nacional de Regantes de Portugal (Fenareg), acrescentando que «mais de 50 entidades gestoras de água e 200.000 hectares de regadio público podem vir a beneficiar desta ferramenta».

O novo sistema – cujo projecto-piloto decorreu em três aproveitamentos hidroagrícolas – esteve em destaque no workshop online de apresentação dos resultados finais do projecto AGIR, que teve lugar a 1 de Outubro, Dia Nacional da Água, numa organização conjunta com a Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos (APRH). O grupo operacional AGIR teve início em 2017, durou quatro anos, foi liderado pela Fenareg e foi financiado pelo Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 (PDR2020), na Operação 1.0.1 – “Grupos Operacionais”.

A Fenareg afirma que se trata de um sistema «inovador» e «pioneiro», que «é a primeira vez que se desenvolve em Portugal, e a nível internacional, uma ferramenta deste género aplicada à agricultura» e que, «nos sistemas urbanos, uma metodologia semelhante é aplicada já há alguns anos na avaliação de cerca de 400 entidades gestoras de água a nível nacional». A entidade explica que «a avaliação é realizada através de uma aplicação computacional desenvolvida pelo consórcio de I&D [investigação e desenvolvimento] do AGIR» e que «este diagnóstico sistematizado apoia a tomada de decisão dos aproveitamentos hidroagrícolas sobre como, onde e quando intervir para melhorar a distribuição da água e o uso da energia associado à bombagem».

Segundo a Fenareg, «este sistema de avaliação é uma ferramenta fácil de implementar e poderá vir a ter impacto regional e nacional, servindo de base à definição de políticas públicas nacionais na área do regadio», lembrando a entidade que «o sistema desenvolvido pelo AGIR já foi aplicado como referência no Plano de Eficiência Hídrica da Região do Algarve». No workshop final, Helena Alegre, directora do departamento de água e ambiente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, mencionou que «é muito importante que o sistema de avaliação criado pelo AGIR venha a ser transformado numa ferramenta nacional, tal como aconteceu nos sistemas urbanos de distribuição de água».

Para Rita Barradas, «este sistema de avaliação é determinante para as associações de regantes, para avaliação da sustentabilidade dos sistemas, identificação de prioridades de investimento em reabilitação e escolha das soluções técnicas a implementar», tendo a gestora do PDR2020, de acordo com a Fenareg, mostrado «receptividade à aprovação de uma futura candidatura da geração 2.0 do AGIR, englobando um maior número de aproveitamentos hidroagrícolas». José Núncio, presidente da Fenareg, considera que «o passo seguinte ao AGIR é a necessidade de investimento em reabilitação das infraestruturas dos aproveitamentos hidroagrícolas, alguns com mais de 80 anos, em equipamentos de monitorização e na formação dos técnicos», e Gonçalo Morais Tristão, presidente do Centro de Competências para o Regadio Nacional (COTR), assinalou que «a certificação dos regantes, atestando o uso eficiente da água e da energia, será um passo lógico para o futuro».

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