Produtores de frutícolas recebem 500 mil euros da UE para compensar embargo russo

A União Europeia vai pagar cerca de 500 mil euros a empresas portuguesas de frutas e hortícolas para as compensar pelo embargo da Rússia aos seus produtos, um valor que, de acordo com a ministra da agricultura, Assunção Cristas, poderá vir a subir.

Para minimizar o impacto do embargo russo, a Comissão Europeia aprovou um pacote financeiro de 125 milhões de euros para compensar os produtores hortícolas europeus afetados pelo embargo de um ano decretado pela Rússia.

À saída do Conselho de Ministros da Agricultura, em Bruxelas, realizado para avaliar o impacto do embargo russo no setor agrícola europeu, Assunção Cristas disse que, na primeira fase de candidaturas a apoios financeiros, as empresas portuguesas do setor de frutas e hortícolas pediram apoios, no total, de cerca de 500 mil euros.

“No primeiro impacto, são as frutas e hortícolas [as mais impactadas pelo embargo] e foram essas que se candidataram a essa ajuda, com candidaturas de cerca de meio milhão de euros”, disse a ministra da Agricultura aos jornalistas, acrescentando que o valor deverá ser aprovado e que será completamente financiado pelo orçamento comunitário.

A governante disse ainda que, se for necessário, mais fases de candidaturas se seguirão. Nestes casos, a Comissão Europeia compra aos produtores os produtos que deveriam ir para o mercado russo, retirando-os do mercado. Em Portugal, esses produtos são depois distribuídos às famílias carenciadas através do Banco Alimentar.

Assunção Cristas avançou ainda que o embargo da Rússia a produtos europeus poderá ter um impacto direto «de até 15 milhões de euros em Portugal». «Dos 50 milhões de exportações [anuais] que temos para a Rússia, apenas 15 milhões de euros é que têm impactos, uma vez que há vários setores, como vinho e azeite, que não estão abrangidos».

A ministra responsável por este setor lembrou, no entanto, que o impacto pode vir a ser maior, tendo em conta os efeitos indiretos, que dependem também do tempo que o embargo demorar.

Mesmo empresas portuguesas que não exportam diretamente para a Rússia, podem ver os mercados em que estão saturados com produtos de produtores que exportavam para a Rússia e que agora tentam vendê-los no mercado nacional.

O setor da carne de porco, disse Assunção Cristas, será um dos que poderá vir a sofrer com a saturação do mercado europeu. Para a ministra, minimizar o impacto desse embargo passa também por incentivar os produtores a procurarem novos mercados, assim como pelos consumidores preferirem produtos portugueses.

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