Olival – Uma preocupação ambiental

(Artigo publicado na edição de Novembro por Henrique Palma Herculano, director de Marketing da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos)

 

São frequentes, actualmente, referências às alegadas consequências nefastas que a cultura do olival tem para o ambiente. O tema é inclusivamente citado nos programas políticos de diversos partidos.

A forma como vivemos o dia-a-dia reflecte aquilo que são os nossos princípios. No mundo de hoje valorizamos cada vez mais a autenticidade, a sustentabilidade e a solidariedade e diariamente procuramos viver de acordo com estes valores, dando assim o nosso contributo para tornar o mundo um local melhor.

E, se acreditamos numa economia mais justa e sustentável, procuramos fazer as nossas escolhas de acordo com estas premissas, quer ao nível daquilo que consumimos, como também da quantidade que consumimos.

Ora, estes argumentos, de justeza inquestionável, têm sido utilizados ultimamente como justificação para as recentes críticas à cultura do olival, muitas vezes associados a relatos de casos de práticas irregulares e irresponsáveis.

O ambiente e a sustentabilidade ambiental são, sem qualquer sombra de dúvida, uma responsabilidade de todos nós e uma preocupação transversal a toda a sociedade. Contudo, o que causa estranheza é o facto da cultura do olival suscitar tanta preocupação.

Causa estranheza porque a cultura do olival, em comparação com tantas outras, ocupará no nosso País posições cimeiras de sustentabilidade ambiental e ecológica, não só por ser uma cultura endémica, como pelo facto de as práticas actuais estarem exemplarmente alinhadas com a sustentabilidade e responsabilidade ambiental.

Causa ainda mais estranheza pelo facto de parecer não nos importarmos tanto se os nossos sapatos são sustentáveis ambiental, ecológica, ou mesmo socialmente, desde que sejam 10% mais baratos. O mesmo se poderá dizer da roupa que se usa numa estação, do tablet ou telemóvel que dura até sair o próximo modelo, ou até dos refrigerantes que consumimos prazerosamente.

No entanto, o Azeite, comprovadamente a mais saudável das gorduras, essencial na nossa alimentação, produzido no nosso País ancestralmente, e proveniente de uma cultura agrícola ecologicamente sustentável, é actualmente a preocupação dos nossos políticos e ambientalistas.

Sim, é urgente e prioritário esclarecer a origem daquilo que comemos, vestimos e consumimos. É prioridade que possamos saber de onde vem e quais as práticas utilizadas na sua produção. É fundamental sermos cada vez mais sustentáveis se queremos deixar este planeta aos nossos filhos. Mas o Azeite e a cultura do Olival não são, de todo, motivo de preocupação para os portugueses: uma cultura que já cá está há milhares de anos, totalmente adaptada ao nosso clima e aos nossos solos, minimamente exigente em termos de consumo de água e produtos agro-químicos, que tanto contribui para a riqueza nacional.

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