A cadeia de supermercados Mercadona, que opera em Espanha e em Portugal, anunciou a 11 de Março os resultados do exercício de 2024, em que obteve uma facturação consolidada de 38.835 milhões de euros (M€), o que representa uma subida de 9% face ao ano anterior. Deste total, a facturação em Espanha foi de 37.057 M€, enquanto 1.778 M€ correspondem à facturação em Portugal, país onde a empresa contava com 60 lojas no fecho de 2024, de um total de 1.674 supermercados na Península Ibérica.
Segundo a Mercadona, o aumento da facturação «foi possível devido ao trabalho realizado pelo departamento de Compras e Prescrição, juntamente com os fornecedores e interfornecedores especialistas», numa «colaboração» que permitiu «fazer uma redução no preço de milhares de produtos, em Portugal e Espanha, o que representou uma poupança de 650 M€ para os “Chefes” (clientes), continuando a oferecer um carrinho de compras com uma qualidade efectiva ao preço mais económico do mercado, bem como uma experiência de compra com um sortido eficaz, fazendo com que a cada dia mais clientes escolham a empresa». A empresa refere também que, em 2024, «voltou a ter grandes melhorias de gestão, produtividade e eficiência, o que permitiu obter um dado histórico de rentabilidade e aumentar em 37% o seu lucro líquido, para 1.384 M€».
Na imagem, membros do Comité de Direção da Mercadona
A Mercadona informa igualmente que, no ano passado, obteve «3,9% de lucro líquido sobre as vendas líquidas, resultado de um investimento sustentado no tempo – 1.045 milhões nestes doze meses –, que se reflectiu em grandes melhorias de gestão, produtividade e eficiência». Como resultado, o lucro partilhado «aumentou para 2.800 M€, que foram partilhados, entre outras formas, da seguinte: 700 milhões com a equipa e 716 milhões em impostos, dos quais 506 correspondem ao Imposto sobre Lucros, com uma taxa em vigor de 25%». A empresa afirma que «tudo isto se traduziu num lucro líquido de 1.384 M€, mais 37% do que em 2023, dos quais 180 M€ resultam da gestão realizada na sua tesouraria», sendo que, «destes, 1.109 milhões (cerca de 80%) foram reinvestidos na empresa e os restantes 275 milhões (cerca de 20%) em dividendos».
No ano passado, a Mercadona criou, nos dois países, 6.000 postos de trabalho novos – 4.300 em Espanha e 1.700 em Portugal –, atingindo assim um total de 110.000 funcionários – 103.000 no país vizinho e 7.000 em Portugal. A empresa sublinha que, no ano passado, partilhou com os seus funcionários «700 M€ a título de remuneração variável (prémios), mais 17%, e aumentou o salário em 8,5%, mais de cinco pontos percentuais relativamente ao IPC de Portugal e de Espanha».
Dos resultados, é destacado que «a operação da Mercadona em território nacional foi rentável pela primeira vez, tendo a empresa gerado em 2024 um total de 7 M€ de lucro resultante da sua actividade». A empresa lembra que iniciou a operação em Portugal há cinco anos e que, nesse período, «investiu mais de 1.000 M€» nessa operação.
A Mercadona explica que, no ano passado, «trabalhou de perto com os seus fornecedores nacionais, aos quais comprou 1.400 milhões de euros», e que «o esforço e compromisso da equipa, a abertura de novas lojas e a aposta num sortido eficaz e de qualidade, tornaram possível uma redução no preço de 1.500 produtos». Em 2024, a empresa investiu em Portugal um total de 219 M€, «atingiu um volume de vendas de 1.778 M€, mais 27% do que no ano anterior, e contribuiu com 237 M€ em impostos através da empresa portuguesa Irmãdona Supermercados, com sede em Vila Nova de Gaia (Porto)».
Sobre o ano em curso, a Mercadona indica que «prevê investir mais de 1.000 M€ e criar mais de 1.000 postos de trabalho em 2025» e que as suas estimativas incluem «um aumento de 3,5% nas suas vendas, para atingir os 40.100 milhões de euros, e a consolidação de um lucro idêntico ao do último exercício». Quanto a Portugal, a empresa prevê um investimento de 157 M€ e a abertura de 10 novas lojas, incluindo a estreia na cidade de Lisboa, onde abrirá dois supermercados.
