Num comunicado de 31 de Outubro, o Ministério da Agricultura afirma que, «apesar de todas as medidas implementadas», foi detectado em Outubro «um incremento da dispersão» da praga Trioza erytreae em território nacional, «designadamente na região do centro do País, onde se localiza um número significativo de viveiros de plantas cítricas». Recorde-se que a Trioza erytreae (ou Psila Africana dos Citrinos) é um organismo de quarentena na União Europeia para os citrinos e outros hospedeiros ornamentais.
Este insecto, detectado pela primeira vez no território nacional em 2014, causa estragos directos na cultura de citrinos e é também vector da Huanglongbing (ou Citrus greening), uma doença causada pela bactéria Candidatus Liberibacter africanus e que pode provocar danos graves em citrinos, mas que ainda não foi detectada na União Europeia. O comunicado explica que «a Direcção Geral de Alimentação e Veterinária e a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, atendendo à previsão da dispersão do insecto, têm vindo a trabalhar com o sector viveirista, alertando para a necessidade de reconversão da forma de produção de plantas e fornecendo informação técnica sobre os requisitos a serem seguidos para a construção das estruturas».
No documento, ressalva-se que, «neste âmbito, foi ainda disponibilizada uma verba de dois milhões de euros, do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020), para apoio financeiro a investimentos em viveiros para a produção de plantas de citrinos ou outras rutáceas, específica para o sector viveirista». Porém, as candidaturas apresentadas ficaram «abaixo do valor de apoio disponibilizado».
O Ministério salienta também que «visando o controlo desta praga, está a decorrer um programa de luta biológica, com recurso a um insecto parasitoide específico, num trabalho conjunto e articulado entre as autoridades fitossanitárias portuguesas e espanholas». Segundo o comunicado, «prevê-se que os primeiros resultados deste programa venham a ser conhecidos a médio prazo».
O documento refere que, tendo em conta que, existindo o vector em Portugal, a probabilidade da entrada e dispersão da Huanglongbing é «elevada», foram estabelecidas e divulgadas medidas de controlo oficiais nas zonas infestadas com Trioza erytreae e que «os serviços do Ministério da Agricultura têm realizado todas as acções possíveis, nomeadamente a emissão de ofícios circulares divulgando as medidas fitossanitárias aplicadas para controlo do insecto, a definição e actualização de zonas demarcadas e zonas de vigilância e o estabelecimento de requisitos técnicos para a produção e comercialização de citrinos». Pode obter mais informações sobre a Trioza erytreae aqui.