A Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri) contesta o novo aumento do preço do gasóleo colorido, de mais 10 cêntimos, classificando-o de «imoral». Em nota à imprensa divulgada hoje, 6 de Junho, a entidade refere que «o combustível para a agricultura está hoje 65% mais caro, face à data homóloga de 2021, o que afecta de forma insustentável a actividade de um sector estratégico e imprescindível, tanto do ponto de vista económico como social, e com um papel determinante no combate contra a crise alimentar que se avizinha».
Idalino Leão, presidente da Confagri, considera esta situação «inaceitável» e solicita a «revisão urgente» dos valores da taxa de ISP [Imposto sobre Produtos Petrolíferos] aplicável ao gasóleo colorido e marcado. Na nota de imprensa, a entidade afirma que «reconhece o esforço do Ministério da Agricultura e Alimentação em responder, quer à situação da seca, quer agora ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, mas considera as medidas tomadas insuficientes, exigindo medidas mais robustas e imediatas».
A Confagri explica que «já em Junho de 2020, o preço do gasóleo colorido estava situado em torno dos 0,72 euros/litro, enquanto actualmente está fixado em 1,62 €/litro». Segundo a entidade, «este aumento vem não só acentuar as dificuldades da maioria das actividades agrícolas, como colocará em risco a sua manutenção e sustentabilidade, para além de poder vir a determinar o sucesso ou o fracasso da nossa soberania alimentar».
Em consequência, a Confagri deixa um apelo à «neutralidade fiscal». «Precisamos de condições para continuar a produzir e assegurar o aprovisionamento e a distribuição alimentar a todas as cadeias. Para que isso seja possível, é urgente colocar um travão nestes aumentos. Temos vindo a assistir a aumentos consecutivos desde 2020.»