António Costa apela aos americanos investimentos no regadio português

O primeiro-ministro português que se encontra numa visita à Calfórnia, salientou perante alguns dos maiores investidores mundiais do sector agroalimentar, as potencialidades económicas resultantes do alargamento da área de regadio do País, particularmente do Alqueva.

«Temos uma elevada área por explorar na zona do Alqueva. Com o novo plano nacional de regadios vamos alargar até 2022, significativamente, as áreas de exploração que podem atrair importantes investimentos no Alqueva, no centro e norte do País», declarou António Costa.

O líder do executivo falava em Napa Valley, no coração vitivinícola da Califórnia, num jantar com empresários californianos, parte dos quais com origem portuguesa, depois de ter visitado as instalações da Corticeira Amorim – um projecto industrial classificado como o maior investimento nacional nos Estados Unidos.

Neste jantar em Napa Valley – o maior centro de produção de vinho dos Estados Unidos – o primeiro-ministro teve a companhia de empresários e investidores como Rusty Areias, da ‘Califórnia Strategies’, que é neto de portugueses e que é considerado um próspero empresário agrícola.

Na mesa de António Costa sentou-se também Manuel Eduardo Vieira, açoriano, conhecido como o rei da batata-doce e um dos maiores produtores do mundo deste produto.

Esteve também presente Ângelo Garcia, presidente da Lucas Real Estate Holdings, que após ter vendido a ‘Lucas Films’ à Disney, investe agora em propriedades vitivinícolas e no enoturismo, inclusivamente na Europa.

Xavier Unkovic, presidente da ‘Amy’s Kitchen’ – empresa que produz refeições vegan congeladas e que equaciona um investimento total de 60 milhões de euros em Santa Maria da Feira, marcou igualmente presença no evento.

Outra presença em destaque foi a de Bill Duhamel, da ‘Route One Investment Company’, empresa de São Francisco que actualmente tem investimentos no Alvito e em Aljustrel.

Bill Duhamel tenciona abrir uma ou duas unidades de transformação em Évora – um investimento estimado entre 10 e 20 milhões de euros – para produção de amêndoas, tendo em vista exportar para o mercado dos chocolateiros europeus.

António Costa referiu a estes empresários californianos que o investimento directo estrangeiro no regadio nacional está em acelerado crescimento, sendo Portugal actualmente o terceiro maior produtor de concentrado de tomate e o quinto de azeite.

O presidente da AICEP (Agência Externa para o Comercio Externo Português), Luís Castro Henriques, apresentou a ideia segundo a qual o investidor agroalimentar californiano “vai sentir-se em casa” se apostar no Alqueva.

«O Alqueva é o maior lago artificial da Europa com grandes reservas de água. Vão encontrar ali também grandes extensões de terreno», apontou Luís Castro Henriques.

Na sua breve intervenção, o presidente da AICEP procurou deixar uma mensagem directa aos empresários californianos: «Portugal não é só um mercado de 10 milhões de habitantes, mas é a porta de entrada para o mercado europeu de 500 milhões de consumidores».

«Temos também relações privilegiadas de cooperação com os países de expressão portuguesa», completou Luís Castro Henriques.

A fábrica da corticeira Amorim visitada por António Costa está a operar em Napa Valley desde 2012, fornece anualmente cerca de 350 milhões de rolhas ao mercado do vinho norte-americano e está ganhar entre 500 e mil novos clientes ao ano.

O responsável da empresa na unidade de Napa Valley, Christopher Fouquet, transmitiu ao primeiro-ministro que todo o equipamento de máquinas da empresa é produzido em Portugal, parte do qual já faz por laser a impressão das marcas das diferentes companhias nas rolhas.

Durante a visita, António Costa ouviu também que a corticeira Amorim está a avançar para a produção de novas rolhas de abertura fácil, que não precisam de ser retiradas das garrafas por um saca-rolhas. Essas novas rolhas destinam-se preferencialmente ao mercado asiático para facilitar o consumo de vinho.

António Costa considerou que a Amorim «é um excelente exemplo de como as relações económicas portuguesas com os Estados Unidos podem ter dois sentidos».

«E podem ser também relações económicas onde a indústria agroalimentar tem um papel importante», completou, citado pela agência Lusa.

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