A Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI) lança hoje, 25 de Julho, em Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco, a Indicação Geográfica Protegida (IGP) Azeitona Galega da Beira Baixa. Segundo a APABI, a designação Azeitona Galega da Beira Baixa IGP «pode ser utilizada apenas por produtores e transformadores desta variedade de azeitona, nas áreas circunscritas a todos os concelhos do distrito de Castelo Branco e Mação, já no distrito de Santarém, e que cumpram todos os requisitos do caderno de especificações».
A entidade afirma que «a Galega é a variedade de azeitona mais portuguesa de Portugal» e que o lançamento desta marca de azeitona de mesa visa «preservar» essa variedade e «levar a Azeitona Galega da Beira Baixa IGP à mesa dos portugueses». «A fórmula encontrada para dar uma nova vida à galega da Beira Baixa materializou-se no reconhecimento como Indicação Geográfica Protegida (IGP) – Azeitona Galega da Beira Baixa –, para conserva, a 8 de Março de 2023 e após longos anos de análises químicas, certificações, provas sensoriais, métodos de conserva etc.», indica João Pereira, presidente da APABI.
A entidade explica que «a Azeitona Galega da Beira Baixa IGP é uma azeitona de mesa feita apenas com água e sal, seguindo as técnicas tradicionais» da região, sendo conservada «através de uma fermentação natural com flora endógena». A APABI refere que, «para já, é possível encontrar estas azeitonas nos supermercados Continente».

João Pereira salienta que «a Galega sempre foi uma variedade difícil, devido à sua baixa produtividade, dificuldade em mecanizar a colheita, muito susceptível a pragas e doenças, e pelo fraco rendimento em azeite, apesar de muitos especialistas considerarem a suprema qualidade dos seus azeites». O presidente da APABI acrescenta que «a pouca investigação e o aparecimento de outras variedades orientadas para produções de grande escala também contribuíram para que a Galega fosse ficando para trás, à excepção da Beira Baixa».
A associação diz que «nunca desistiu da sua Galega» e que «os poucos investimentos em novos olivais na região transformaram-na num “museu vivo desta variedade”, existindo a necessidade de garantir a sua continuidade no futuro». João Pereira defende ainda que o reconhecimento da IGP e o seu lançamento oficial no mercado representa «o querer e o saber fazer de uma região, tendo como principais objectivos incrementar o rendimento dos olivicultores regionais, estancar o abandono do olival tradicional de galega no território e, talvez, despertar o interesse de novas plantações».