A Lusosem e a CEV anunciaram que a Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) atribuiu ao biofungicida ProBLAD uma Autorização Excepcional de Emergência, por 120 dias, para controlo da piriculariose na cultura do arroz. Este produto tem como base a proteína BLAD, obtida do extracto aquoso de sementes germinadas de tremoço doce (Lupinus albus), foi desenvolvido e patenteado pela empresa portuguesa CEV, SA – que tem uma fábrica em Cantanhede – e é comercializado em Portugal pela Lusosem.
Segundo estas duas empresas, «a piriculariose é uma doença que chega a causar perdas de produção de até 40% nos arrozais portugueses, em anos de maior pressão do fungo», e «a proibição do uso do triciclazol e o elevado risco de aparecimento de resistências a outras substâncias activas autorizadas agravou o controlo da doença nos últimos anos, havendo uma crescente necessidade de ferramentas eficazes para controlar a piriculariose». As empresas afirmam que «a DGAV atesta que o ProBLAD contém uma substância activa de baixo risco para a saúde humana e animal e para o ambiente e que apresenta baixo risco de desenvolvimento de resistências, graças ao seu novo e único modo de acção multi-sítio».
Referem igualmente que a Autorização Excepcional de Emergência foi atribuída pela DGAV «considerando que o produto pode ser uma mais-valia no controlo da piriculariose e que a utilização do ProBLAD contribui para uma estratégia de gestão de resistências». Em comunicado, é indicado que «o ProBLAD está autorizado para aplicação na cultura do arroz à dose de 3,2 L/ha, com volume de calda de 400 L/ha, com um máximo de duas aplicações e 14 dias de intervalo entre aplicações», e que este produto «é recomendado para tratamentos preventivos, desde o início do emborrachamento até ao início do amadurecimento do grão (BBCH 41-81)».
As empresas explicam que o ProBLAD «actua ao nível da parede e membrana celular dos fungos e, no interior da célula, bloqueia o metabolismo através da inactivação de múltiplas enzimas», acrescentando que este biofungicida «actua contra múltiplos fungos e algumas bactérias que atacam um leque diverso de culturas agrícolas» e que «é expectável a autorização deste novo biofungicida em Portugal para outras culturas e finalidades no início de 2023». Salientam ainda que o ProBLAD é exportado para diversos países, que se trata de uma «solução inovadora de elevada eficácia», «natural e 100% portuguesa», e que «vem ajudar os orizicultores a controlar a piriculariose do arroz, sem impacto no meio ambiente e sem resíduos na cultura».