A FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares vê com enorme preocupação a actual crise no preço das matérias-primas alimentares, materiais de embalagem e energia e alerta que «este cenário inflaccionista irá inevitavelmente reflectir-se ao longo da cadeia de abastecimento, continuando a pressionar a já débil competitividade da indústria agroalimentar nacional, com possíveis impactos no normal funcionamento das empresas e no emprego».
A juntar à pressão inflaccionista, o sector depara-se também com um cenário de «disrupção nas cadeias de abastecimento, com enormes constrangimentos ao nível do transporte e da logística internacional (escassez de contentores e aumento dos fretes marítimos em mais de 400%)».
Tratando-se de uma conjuntura que não afecta apenas Portugal, a indústria vem alertar para a urgência de «se garantir, a nível europeu, uma actuação conjunta dos vários Estados-membros com vista à criação de um enquadramento favorável à recuperação económica e, muito particularmente, à preservação dos factores de competitividade da cadeia de abastecimento agroalimentar».
Em comunicado, a FIPA congratula-se com a resposta positiva do Governo, no contexto nacional, às preocupações que têm vindo a ser transmitas pelo sector, com a criação de um grupo de acompanhamento da actual conjuntura.
«Numa altura em que a indústria portuguesa agroalimentar procura recuperar de um período atípico do mercado nacional e explorar novas oportunidades de exportação para alavancar resultados positivos, este cenário de aumentos galopantes das matérias-primas e dos diversos factores de produção é da maior gravidade para a sustentabilidade de muitas empresas», alerta Jorge Tomás Henriques, presidente da FIPA.
«As empresas da indústria agroalimentar estão empenhadas em garantir a disponibilidade, diversidade e qualidade dos seus produtos. Como tal, é urgente que, à semelhança do foi feito no início da crise pandémica, os países europeus olhem para esta situação pela sua gravidade e elaborem, em conjunto, um plano de acção para mitigar esta disrupção nas cadeias de abastecimento, as variações nos preços e os constrangimentos ao nível das matérias-primas», acrescenta.