Num inquérito a jovens agricultores e jovens empresários rurais realizado pela Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), 70% dos inquiridos considerou «muito útil» o desenvolvimento de uma plataforma de capacitação e qualificação. Na vertente das necessidades de qualificação, 74% dos inquiridos consideram «muito importante» ter informação sobre boas práticas de gestão do solo, enquanto 67% destacam as boas práticas de adaptação às alterações climáticas e 65% os temas relacionados com a produção agrícola sustentável.
Para os inquiridos, também é «fundamental» ter informação sobre análise financeira de projectos, planeamento estratégico, marketing, comunicação e canais de distribuição. Estes dados resultam de um inquérito que a AJAP promoveu no âmbito do “Laboratório Vivo da Agricultura 4.0”, um projecto desta entidade que visa «promover a capacitação e competitividade dos jovens agricultores e dos jovens empresários rurais através da partilha e disseminação de conhecimento técnico e inovador», nomeadamente através de uma plataforma online.
Segundo o inquérito, a falta de posse de terra e a dificuldade de acesso a financiamento foram as duas principais razões para os inquiridos não terem iniciado a sua actividade. Dos que já têm o seu projecto em curso, grande parte aponta o excesso de burocracia nos apoios públicos como um entrave “muito relevante”, seguindo-se os preços de venda abaixo das expectativas, vindo depois a disponibilidade de mão de obra, os custos de produção acima das expectativas e o acesso ao financiamento.
Em termos de factores mais decisivos para o sucesso, 58% disse ser «muito importante» ter boas práticas de gestão do negócio e capacidade financeira própria. Outros factores também valorizados são a necessidade de ter apoio técnico especializado, a partilha de experiências com agricultores e a realização de um estudo de viabilidade adequado à realidade.
Lançado em Maio último, este questionário tem uma amostra de cerca de 300 jovens agricultores e jovens empresários rurais, oriundos das regiões Norte, Centro e Alentejo, existindo uma maior representação da fileira da fruta, seguida pelas do olival, dos hortícolas e dos bovinos. A AJAP indica que este inquérito «está na base do Estudo de Diagnóstico e do Plano de Acção» do Laboratório Vivo da Agricultura 4.0 e que, com a sua conclusão, está terminada a primeira fase deste projecto, apoiado pelo Portugal 2020 no âmbito do Compete 2020 – Programa Operacional Competitividade e Internacionalização.