Este ano, registou-se um decréscimo na produção de batata no País, nomeadamente nas regiões do Ribatejo e Oeste. Pluviosidade atípica e preocupações com a sarna marcaram a campanha.
A campanha da batata em Portugal caracterizou-se, em 2013, pelas condições climatéricas atípicas, pelo consequente atraso na colheita e pelo decréscimo de produção, principalmente no início da campanha, nas regiões do Ribatejo e Oeste. Outra das preocupações abordadas no balanço da campanha, organizado pelo Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (Cothn), que teve lugar na Torriba, na Raposa, a 2 de Dezembro, foi o aumento de sarna nas plantações.
A «precipitação anormal» em Março foi a primeira causa dos atrasos na plantação, em particular no regadio. A fraca tuberização, em Agosto, também afectou a produção da batata. Ainda assim, estimam-se produtividades semelhantes às de 2012, na ordem das 7,7 t/ha – ou seja «uma das mais baixas da última década», segundo explicou Ana Paula Nunes, técnica do Cothn. As zonas do Ribatejo e Oeste registaram um decréscimo na produção de 5%, sendo que a Beira Litoral e Interior conseguiu manter os valores do ano passado.
Comercialmente, a campanha foi «boa no geral», sendo que «os produtores isolados continuam a ter dificuldades em escoar batata este ano», concluiu Ana Paula Nunes.
Apontada pela maioria dos produtores presentes, a colheita tardia foi o problema mais grave da campanha, bem como a persistência curta dos pesticidas. Quanto aos estragos na batata, a sarna comum foi a causa consensual entre os presentes, tendo sido lançado o repto de o tema das próximas jornadas da batata ser a sarna. «Para o próximo ano, a sarna pode entrar com uma percentagem elevada e é preciso estar atento», opinou um dos produtores. No ar também ficou a criação de um observatório com o objectivo de reunir o máximo de informação e dados sobre o sector, até porque «se justifica mais do que uma reunião anual ou mesmo umas jornadas técnicas».