A 19 de Abril, tem lugar em Lisboa, no Instituto Superior de Agronomia, um workshop do projecto internacional Libbio. Trata-se de um projecto europeu de investigação aplicada para melhoramento, multiplicação e produção do tremoço dos Andes (Lupinus mutabilis) e desenvolvimento de novos processos de transformação industrial desta leguminosa para uso na alimentação humana e animal, produção de prebióticos, cosméticos e como fonte de bioenergia.
Este projecto teve início em Outubro de 2016, tem um custo estimado de 4,9 milhões de euros e decorre no âmbito do programa Horizonte 2020, na vertente das bioindústrias (Bio Based Industries – BBI). «Baseado no conceito da Bioeconomia, o Libbio aposta no tremoço como opção cultural para ocupação de terras marginais na Europa, atendendo às características desta leguminosa: reduzida necessidade de fertilização e elevada capacidade de fixar azoto no solo», explica a Lusosem, um dos parceiros do projecto.
O consórcio envolvido no Libbio é composto por 14 parceiros, entre centros públicos e empresas privadas, de oito países europeus, sendo Portugal representado pela Lusosem e pelo Instituto Superior de Agronomia. A cada seis meses, o consórcio reúne-se para follow-up e apresentação dos avanços ao público, sendo a próxima reunião em Lisboa – na qual serão apresentados produtos cosméticos contendo óleo extraído de Lupinus mutabilis.
Com o tema “Lupinus mutabilis, uma nova alternativa”, o workshop vai ter oradores portugueses e estrangeiros. O programa pode ser consultado aqui.
Segundo a Lusosem, no primeiro ano do projecto «foram realizados ensaios de campo com diferentes variedades de Lupinus mutabilis e experimentados vários métodos de extracção e separação dos componentes do tremoço, nomeadamente óleo, proteínas, alcaloides e outros ingredientes bioactivos». A empresa indica ainda que «os investigadores estão a caracterizar e a avaliar o potencial da silagem verde do tremoço para uso em alimentação animal e o potencial do óleo extraído da semente como ingrediente para a indústria de cosméticos».
No âmbito do projecto, «será avaliado o impacto ambiental e socioeconómico da cultura do tremoço nas explorações agrícolas, bem como a viabilidade tecnológica e rendimento industrial do mesmo como matéria-prima para biorrefinarias». O consórcio também vai avaliar «a apetência do mercado e dos consumidores europeus por produtos derivados do tremoço».
Esta iniciativa deverá prolongar-se até 30 de Setembro de 2020. No final do projecto, espera-se «obter protótipos que poderão ser desenvolvidos à escala industrial pelas empresas que integram o consórcio».