A primeira oferta da empresa norte-americana, Monsanto Co., para adquirir a sua homóloga suíça, a Syngenta AG, não ultrapassou os 45 mil milhões de dólares (aproximadamente 39 mil milhões de euros). O conselho administrativo da Syngenta recusou a oferta unanimemente. A Monsanto não desiste e deverá acrescentar 10% do valor inicial à sua oferta, colocando-a nos 50 mil milhões de dólares, ou 44 mil milhões de euros.
O presidente da Syngenta, Michel Demaré, considera que a oferta «não reflecte as grandes perspectivas de crescimento global da Syngenta nem o potencial valor futuro que se pode identificar na empresa no que respeita as culturas e a sua posição de liderança no mercado».
Por seu turno, um porta-voz da Monsanto reiterou que «ainda estão a trabalhar na oferta e poderão decidir aumentá-la».
A força do dólar sob o franco suíço e os valores mais reduzidos que os agricultores recebem pelas suas colheitas (influenciando o que podem gastar em sementes e fitofármacos) fizeram cair as acções da Syngenta. Por isso, a empresa norte-americana está a aproveitar estrategicamente este momento para fazer a sua oferta.
A realizar-se, esta será a maior fusão de sempre na agro-indústria, transformando a Syngenta e a Monsanto numa “mega-empresa”, cujo valor de vendas rondará os 30 mil milhões de dólares por ano – perto de 26 mil milhões de euros. Existem, contudo, questões de concorrência que terão de ser ultrapassadas, pelo que a Monsanto poderá ser obrigada a vender alguns negócios na área da produção de sementes de milho, soja e outros vegetais.
A oferta da Monsanto tem sido classificada como uma tentativa de voltar a entrar no mercado dos fitofármacos, já que, nos últimos anos, se tem focado no mercado das sementes geneticamente modificadas. O crescimento nesta área foi, em 2013, de 8,7%, ao passo que, em 2014 abrandou para os 4,7%.