Um estudo publicado recentemente pela Greenpeace, organização não-ambiental que defende o meio ambiente, dá conta do «sabor amargo da produção europeia de maçãs» e sugere algumas abordagens ecológicas para resolver a utilização «intensiva» de pesticidas. O trabalho resulta da análise de amostras do solo e água de explorações de maçãs de 12 países europeus (Portugal não consta na lista).
Um «cocktail de pesticidas» é o que a organização reclama que os seus analistas encontraram nas amostras testadas. E adianta ainda que «a resiliência das maçãs europeias a pesticidas sintéticos precisa de ser combatida urgentemente. Para além disso, a gestão ecológica de pestes e as alternativas a estes químicos devem ser apresentadas e implementadas de imediato».
As amostras de solo com mais pesticidas provinham de Itália, Bélgica e França. Em relação aos resíduos encontrados na água, a Polónia ocupa o primeiro lugar, precedida por Eslováquia e Itália.
Os pesticidas mais comummente encontrados no solo foram o boscalid e o chlorpyrifos-ethyl. Na água, o boscalid e chlorantraniliprole foram os mais presentes. No seu relatório, a Greenpeace sublinha que 70% dos pesticidas encontrados têm altos níveis de toxicidade para os seres humanos e vida animal.
Para além de apontar a quantidade de pesticidas usados nestes países, o relatório apresenta algumas soluções ecológicas para o combate de pragas específicas. Aconselha, por isso, a utilização de «armadilhas de feromonas para controlo das traças» ou o recurso ao vírus da granulose (que já é usado pelos agricultores de produção biológica) para combater as lagartas.