A 8.ª edição da Interpera, um dos congressos mais relevantes a nível mundial sobre o fruto, e a 1.ª edição da Futurpera, certame que reúne os produtores e empresas relacionadas com o sector, acontecem em simultâneo entre 19 e 21 de Novembro na cidade de Ferrara, no norte de Itália.
De Portugal, Paulo Águas, do Centro Operativo Tecnológico e Hortofrutícola Nacional (Cothn), foi um dos intervenientes no debate sobre o papel das organizações interprofissionais no controlo da procura e oferta da pêra. Participaram na conversa elementos de organizações semelhantes dos Estados Unidos da América, Argentina e Bélgica.
Catarina Rosário, secretária-geral da Associação Nacional de Produtores de Pêra Rocha, esteve presente no evento e contou à Frutas, Legumes e Flores que uma das grandes preocupações dos países produtores de pêra é a «redução do consumo» deste fruto. Assim, discutiram-se formas de potenciar o consumo através da criação de valor acrescentado com marcas. Além disso, a possibilidade de abertura do mercado dos Estados Unidos da América também foi debatida.
Por seu turno, Filipe Ferreira, membro da direcção da Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (FNOP), destacou a importância das visitas ao campo e às centrais fruteiras italianas, onde reparou que se «aposta muito na qualidade da fruta que entra nessas centrais. Assim, no momento da calibração e embalamento, «a maior parte da fruta é aproveitada para o mercado».
Além disso, o representante da FNOP, referiu ainda que os países se estão a especializar cada vez mais em determinadas variedades. Portugal, como já se sabe, na pêra Rocha, a Itália na Abade Fetel (50% da produção) e na Holanda e na Bélgica a Conference.
Sobre a Futurpera, Catarina Rosário não descarta a importância de um evento que trata a pêra em exclusivo, mas nota que a 1.ª edição do certame foi ainda «muito fraca».