O Congresso Nacional do Azeite decorreu em Moura, Alentejo, no dia 13 de Maio. Empresários, dirigentes associativos, académicos concluíram a necessidade de criar uma “marca chapéu” para o azeite nacional.
«Falta uma marca chapéu, por exemplo, Azeites de Portugal, para comunicar no Mundo que tenha indicação do nome das várias regiões e variedades», disse Mariana Nina Jorge, da consultora Agro.ges. A ideia foi reforçada por João Pereira, director da consultora Terra Projectos: «O desafio do sector é a internacionalização da marca Portugal», um pouco à semelhança daquilo que tem sido feito no sector do vinho.
Em paralelo, é preciso comunicar melhor o azeite nacional. O marketing foi outro dos temas salientado no painel sobre estratégia e comercialização. «O desafio do sector tem a ver com a imagem [do azeite embalado], do marketing, saber vender», disse Daniel Montes, responsável da consultora Trevo, concluindo que «podemos percorrer um pouco o mesmo caminho do vinho».
João Pereira, da TerraProjectos, comentou ainda que «além de um azeite de qualidade, o desafio passa por ter uma embalagem que seja o elo de ligação entre o produtor e o consumidor». O mesmo responsável disse ainda que «há um trabalho gigante a fazer na comunicação» do sector olivícola.
Preservar variedades tradicionais
No Alentejo, região que acolheu o Congresso Nacional do Azeite, o olival tradicional tem sido reconvertido para sistemas mais contemporâneos, nomeadamente em intensivo e sebe. Com esta mudança de conduta da cultura, mudaram-se também as variedades de azeitona plantadas porque as tradicionais são menos produtivas.
Perante este cenário, os intervenientes lançaram o alerta para a preservação das variedades tradicionais. «As nossas variedades tradicionais têm de ter apoios específicos e devem ser mantidas», afirmou Mariana Nina Jorge, da Agro.ges.
Mário Joaquim Abreu e Lima, presidente da Assembleia-geral da Associação Interprofissional da Fileira Oleícola (AIFO), disse que a associação está atenta a esta questão que deve ser encarada pela comunidade em geral também como um problema. «A defesa do olival tradicional é uma preocupação nacional e não apenas da AIFO.»
A terminar João Pereira, da Terra Projectos, afiançou que uma boa utilização das variedades tradicionais poderá ser a sua utilização pela indústria de conserva. «A azeitona de conserva é uma oportunidade para valorizar a azeitona tradicional», disse.
O Congresso Nacional do Azeite foi organizado pelo Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo, em parceria com a Câmara Municipal de Moura.
Fotografia de abertura: Câmara Municipal de Moura
Uma resposta