Portugueses recusam trabalho agrícola

A empresa americana Reiter Affiliated Companies (RAC), sediada em Odemira, teve que contratar tailandeses para trabalhar numa quinta depois de ter ficado sem os 40 portugueses que inicialmente contratou.

Metade dos 40 portugueses contratados acabou por desistir do trabalho ao fim do primeiro dia e, ao final da primeira semana já não havia nenhum português a trabalhar na respetiva quinta.

A empresa teve assim que recorrer a um grupo de 160 trabalhadores tailandeses, uma alternativa mais cara para a empresa – cerca de 2 000 a mais por cada trabalhador, já que implica o pedido de visto, bilhete de regresso ao país natal e alojamento. «Eles [os portugueses] queriam um trabalho mas acabou por não ser aquilo que estavam à procura. Basicamente, era trabalho a mais para o pouco que ganhavam (a empresa paga o salário mínimo nacional aos trabalhadores)», explicou ao New York Times (NYT) o gestor de produção da quinta Arnulfo Murillo.

As razões pelas quais o trabalho agrícola não atrai portugueses «são complexas mas resumem-se a um simples facto»: não fazem sentido a nível económico. Esta questão, explica o jornal norte-americano, diz muito sobre os desafios que o país e a Europa enfrentam, especialmente no que diz respeito à promoção de oportunidades de trabalho para a geração mais jovem.

O setor agrícola representa 2,4% da produção económica nacional e o problema em relação à falta de oportunidades de trabalho na área agravou-se com os subsídios da União Europeia, que valorizam os níveis de produção em detrimento do valor dos salários, a combinação do valor do salário mínimo nacional e a existência de certos benefícios para desempregados e, por último, a questão da imagem ainda associada ao trabalho agrícola.

 

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