As temperaturas no mês de Junho têm estado elevadas, mas ainda assim surgem os primeiros focos de podridão cinzenta nos cachos e também por esta altura teve início o segundo voo da traça da uva. Mediante este cenário, a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), juntamente com a Syngenta, promoveram a 19 de Junho uma acção de prevenção da vinha na Bairrada.
Madalena Neves, técnica da DRAPC, sobre os focos de podridão alertou para a necessidade de medidas que «promovam o arejamento da zona de frutificação». Em relação às cochonilhas, que se encontram em início de eclosão na Bairrada, a técnica recomendou a realização de tratamentos localizados, apenas nas videiras atacadas, como forma de limitar a sua disseminação pela parcela.
No decorrer da actividade a Syngenta apresentou o Luzindo, o insecticida multipraga que controla a traça, a cigarrinha verde e o cicadelídeo da flavescência dourada. Quanto ao controlo do oídio, a empresa, especializada em produtos químicos e sementes, sugeriu o fungicida Dynali.
Neste período do ano realizam duas operações culturais, nomeadamente a desfolha e a desponta. César Almeida, técnico da DRAPC, recordou que «a desfolha é importante para arejar o cacho e permitir que os produtos fitofarmacêuticos atinjam directamente o alvo pretendido nesta fase – o cacho –, uma vez que após a fase do pintor a sistemia da planta deixa de funcionar. No entanto, é importante não retirar folhas a mais para evitar queimaduras dos cachos e para não retardar a cinética de maturação dos bagos».
A desponta deve ser feita quando a videira chega ao último arame e começa a tombar para o meio da linha. «A folha jovem fica exposta ao sol e trabalha para o seu próprio crescimento vegetativo, mas está a ensombrar as folhas mais velhas, essenciais ao processo fotossintético da videira. É nessa altura que devem ser retiradas as extremidades dos lançamentos, dando lugar à emissão de netas, que vão permitir uma renovação da massa foliar da videira».