A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) está a realizar, durante o mês de Janeiro, os Conselhos Consultivos Regionais, uma ronda de reuniões, de periodicidade anual, com as suas estruturas regionais, em diferentes pontos do País. Já tiveram lugar, presencialmente, as reuniões dos conselhos consultivos do Alto Alentejo (a 10 de Janeiro), do Baixo Alentejo e Algarve (13 de Janeiro) e do Oeste (14 de Janeiro).
Vão realizar-se ainda reuniões a 17 de Janeiro (Ribatejo), 26 de Janeiro (Entre Douro e Minho), 27 de Janeiro (Trás-os-Montes) e 28 de Janeiro (Centro). Segundo a CAP, esta iniciativa visa «auscultar os dirigentes associativos das várias regiões sobre as questões da actualidade da agricultura portuguesa e esclarecer estes representantes sobre diversas matérias relacionadas com o sector», sendo que, além dos aspectos específicos relativos a cada região, são tratados «temas como a situação no que concerne ao PEPAC (Plano Estratégico da PAC), ao PDR (Programa de Desenvolvimento Rural) e às alterações para 2022 relativamente à PAC (Política Agrícola Comum)».
No Conselho Consultivo do Alto Alentejo, «os dirigentes associativos expressaram o seu descontentamento pela forma como o Ministério da Agricultura tem vindo a desenvolver a sua actividade, em particular relativamente a processos de articulação com os agricultores como a definição do Plano Estratégico da PAC», refere a CAP. De acordo com a entidade, no Conselho Consultivo do Baixo Alentejo e Algarve, os dirigentes associativos receberam informação actualizada sobre os níveis de execução do PDR, o processo de desenvolvimento da PAC e o respectivo PEPAC, e «questionaram a CAP sobre a capacidade do Ministério da Agricultura para resolver os diversos problemas relativamente a estas e outras questões».
Por ocasião do Conselho Consultivo Regional do Oeste, foi efectuada uma avaliação aos níveis de execução do PDR 2014-2022 e «constaram um agravamento da situação no que concerne aos pagamentos devidos aos agricultores», o que a CAP considera ser uma situação «inaceitável, uma vez que este ano faltam pagar aos agricultores dois mil milhões de euros, quando um ano antes já faltavam pagar mil milhões de euros». A propósito desta situação, Luís Mira, secretário-geral da confederação, defende que «este é o retrato da gestão do actual Ministério da Agricultura e não conseguimos vislumbrar como é que o País pode progredir numa situação como esta».
As reuniões contam com a participação do presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, e do secretário-geral, Luís Mira, incluindo este ano a participação virtual de todo o Departamento Técnico da CAP. A entidade afirma que, «apesar dos condicionamentos impostos pela pandemia, este encontro anual reveste-se da máxima importância para a dinâmica inerente movimento associativo e para a articulação com as várias estruturas regionais».