Na sequência da decisão do Ministério da Agricultura de alargar o mecanismo de retirada de produto do mercado aos pequenos frutos, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) considera que «devem ser ponderadas outras medidas adicionais a serem adoptadas no curto prazo pelo Ministério da Agricultura, que permitam fazer frente às graves dificuldades sentidas pelos produtores». Assim, a CAP defende que, «à semelhança do que aconteceu com os pequenos frutos, o mecanismo de retirada de produto do mercado (em troca de uma compensação financeira aos agricultores, com a produção a ser canalizada para organizações caritativas) deve ser alargado a todos os sectores de produção».
A confederação afirma também que «devem ser adoptadas medidas de apoio, entre outras, a sectores como a pecuária, nomeadamente à secagem do leite de cabra e de ovelha; ou à armazenagem privada de leitões que, nas actuais condições de mercado, têm sido abatidos e congelados». A CAP refere que, face às «crescentes dificuldades sentidas pelos produtores no escoamento dos produtos, a adopção de medidas de apoio extraordinárias em todos os sectores é fundamental para assegurar a viabilidade futura da agricultura nacional» e informa ainda que está «a elaborar um documento exaustivo, com propostas concretas de medidas extraordinárias de apoio aos mais diversos sectores da agricultura nacional, e que enviará ao Governo e à Comissão Europeia».
Em comunicado, a CAP «congratula-se com a publicação esta semana, pelo Governo, da portaria que possibilita, face à acentuada quebra das vendas e consequente descida abrupta de preço, alargar aos pequenos frutos o regime extraordinário de retirada de produto do mercado». Para a entidade, «dadas as imensas dificuldades sentidas pelos produtores ao nível do escoamento da produção, este mecanismo é essencial para mitigar os efeitos da redução generalizada da procura – interna e externa – destes pequenos frutos, permitindo, desta forma, equilibrar a oferta ao mercado».