CAP contesta críticas de associações ambientalistas a medidas de flexibilização do Ministério da Agricultura

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) emitiu hoje, 22 de Abril, uma nota de reacção a um comunicado conjunto apresentado ontem, 21 de Abril, por seis organizações não governamentais (ONG) da área do ambiente. No comunicado, ANP-WWF, Fapas, Geota, LPN, Quercus, SPEA manifestaram o seu «desacordo absoluto» em relação ao anúncio, realizado na semana passada pelo Ministério da Agricultura, de flexibilizar medidas na agricultura devido à pandemia da Covid-19, nomeadamente permitir a prática de pastoreio em áreas de pousio e não haver a obrigação de diversificação de culturas nas explorações cerealíferas.

A CAP «manifesta o seu apoio inequívoco» à decisão do Ministério da Agricultura e «repudia na íntegra» o comunicado das associações ambientalistas. A entidade refere que este se foca em «duas medidas muito específicas, entre todas aquelas que os agricultores continuam a cumprir para benefício do clima e do ambiente, que visam, como salientou o Ministério da Agricultura, “assegurar a alimentação animal na pecuária, bem como contribuir para atenuar as eventuais dificuldades de aprovisionamento de cereais”».

Para a CAP, trata-se de «uma postura totalmente incoerente por parte destas organizações, que atacaram desde sempre a aplicação destas práticas benéficas para o clima e para ambiente, impostas pela Política Agrícola Comum (PAC), por considerarem que tinham um benefício nulo para o ambiente e, agora, saem em defesa acérrima das mesmas, como se fossem o único garante do fornecimento de benefícios ambientais por parte da actividade agrícola». A entidade afirma também que o conteúdo do comunicado «é tecnicamente errado, ideologicamente orientado, sem evidências que o sustentem e que, por isso, merece ser publicamente condenado e corrigido».

Segundo a CAP, a medida aplica-se «apenas às explorações com uma área agrícola superior a 15 hectares, mantendo-se inalteradas todas as demais regras ambientais em vigor», e, «além de economicamente racional e valorativa da produção nacional», trata-se também de «uma medida com impacto ambiental positivo e com um impacto directo na redução das emissões». A concluir, a entidade, admitindo que «há sempre espaço para melhorar práticas e conciliar o bem maior de produzir alimentos que sustentam a vida humana com outros valores que são importantes, como o ambiente, o clima e a biodiversidade», faz um apelo ao «diálogo» e a que estas organizações «troquem a ideologia pelo bom-senso e o radicalismo pela boa vontade».

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