CAP apela à rejeição do voto em partidos disponíveis para coligação com PAN

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) emitiu hoje, 17 de Janeiro, um «apelo à rejeição do voto no Partido Socialista», devido à possibilidade de o PS «integrar o PAN em qualquer solução governativa». A confederação garante que procederá da mesma forma «em caso de ser assumido, por qualquer outra força política, que o PAN possa ser parte de qualquer solução de governo para Portugal».

Este apelo da CAP surge na sequência da disponibilidade indicada nesse sentido, por parte de «partidos políticos centrais na nossa democracia, com destaque para o Partido Socialista», nomeadamente com António Costa, secretário-geral do PS, a referir, num debate a 13 de Janeiro, poder ter no PAN um parceiro de coligação ou de entendimento pós-eleitoral e afirmando que «não há tabus sobre o que acontecerá a 30 de Janeiro». Segundo a CAP, «apesar de, na esfera privada, dirigentes e responsáveis do PAN desenvolverem, ou terem desenvolvido, actividade agrícola relevante, com recurso a práticas de agricultura moderna e com vocação exportadora, a verdade é que, na esfera pública, o PAN é um partido anti agricultura e que rejeita as especificidades, tradições, cultura e valores do mundo rural».

«O PAN representa uma ameaça real ao futuro do país. As suas propostas para a agricultura e para o ambiente baseiam-se maioritariamente em ideologia, preconceito, ignorância, percepção e crendice. A maioria das propostas do PAN não resiste ao confronto com a ciência e o conhecimento científico. As medidas que preconiza para a agricultura e o mundo rural, no qual se incluem, entre outras fileiras e actividades, a floresta e a caça, assentam em expressões como “proibir, interditar, eliminar, retirar, impedir”… Esta é uma postura autoritária e impositiva que não é aceitável nem pode ser normalizada. Estas actividades são importantes para e economia, para a sociedade e o emprego e para o desenvolvimento sustentável e equilibrado do território. Aceitar governar com o PAN é admitir que o poder é mais importante do que o futuro do país, é ignorar e desrespeitar a esmagadora maioria da população. Portugal precisa de um sector agrícola e de um mundo rural vivo, desenvolvido, moderno, exportador, inovador e sustentável. Integrar o PAN em soluções de governo pode servir projectos de poder, mas não serve o interesse nacional», defende a CAP. Em comunicado, a confederação considera que o PAN «é um partido perigoso e radical que está nos antípodas do que a maioria da população e a CAP defendem e, por isso, todos os cidadãos eleitores com ligações ao sector agrícola e ao mundo rural devem rejeitar – e rejeitam – o voto no PAN, bem como nos que manifestem disponibilidade para com ele se coligarem».

A CAP sublinha que «a clareza da posição de António Costa, que admitiu governar com um partido cujas ideias e programa eleitoral preconizam a destruição da agricultura e a aniquilação do mundo rural, provocou uma imensa indignação em todo o sector, incluindo em diversos autarcas do Partido Socialista no interior do país». A entidade destaca ainda que «nada move a CAP contra o Partido Socialista», mas «tudo move a CAP contra a possibilidade de o Partido Socialista integrar o PAN em qualquer solução governativa, em qualquer circunstância, pelo que, «perante a possibilidade de o PAN vir a integrar um Governo de Portugal caso o Partido Socialista vença as eleições sem maioria, não pode a CAP ter outra posição que não seja a do apelo à rejeição do voto no Partido Socialista».

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