Organizações de produtores são «única forma de nos aproximarmos dos países ricos»

A declaração é de Maria Antónia Figueiredo, secretária-geral adjunta da Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri). «Noutros países da União Europeia – que em Portugal costumamos chamar de ricos, como Alemanha, Dinamarca, Finlândia, Suécia – mais de 50% da produção é comercializada sob a forma organizada. Em alguns destes países chega a ser 60, 70 e 80% da produção comercializada em organizações de produtores (OP)», afirmou. As organizações de produtores são pois a «única forma de nos aproximarmos dos países ricos».

Maria Antonia_Confagri

Em declarações à Frutas, Legumes e Flores, Maria Antónia Figueiredo disse que «em Portugal apenas 20% da produção é comercializada sob a forma de organização de produtores, no sector hortofrutícola». «Em Portugal temos situações de individualismo ou seja cada produtor age por si só, tem condições para ser bom produtor, bom embalador e bom a comercializar», comentou a mesma responsável.

Contudo, esse método de trabalho não conduz ao sucesso. A também vice-presidente Confederação Geral das Cooperativas Agrícolas da União Europeia (Cogeca) atestou que o empresário agrícola tem de ser «muito bom a produzir» e trabalhar com uma  OP «que faz a calibragem do produto, o embalamento, o coloca no frio algum tempo, negoceia os preços e comercializa».

O caminho nacional tem de ser o da agregação do produto que tem inclusive apoio no âmbito do actual quadro comunitário. O Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 prevê majorações e bonificações aos agricultores inseridos em organizações de produtores.

Esses apoios são válidos para a primeira instalação, para aquisição de máquinas e melhoria de infra-estruturas, em modos de produção biológico e integrado.

«As organizações de produtores são necessárias para ganhar escala e precisam-se também para que os agricultores possam obter todas as mais-valias que este novo quadro comunitário lhe permite em termos de apoio, bonificações e majorações», referiu Maria Antónia Figueiredo.

central_Terceira_Açores

E com tanta mais-valia aliada às OP não poderão ser criadas entidades apenas para receber fundos e não com genuíno interesse em comercializar em conjunto?

À questão,  a secretária-geral Adjunta da Confagri, comenta que a situação não será «muito praticável».

E explica: «a legislação diz que uma OP para ser reconhecida tem de ter um volume mínimo de comercializável de produção e demonstrar todos os anos que comercializou pelo menos aquele volume senão é-lhe retirado esse reconhecimento».

Maria Antónia Figueiredo defendeu, por fim, que «cabe ao Estado a fiscalização e a verificação de que essas organizações  estão a cumprir aquilo que é exigido para que elas possam ter continuidade».

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn
Email

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Notícias Recentes

plásticos
Lourinhã recebe acção de formação sobre economia circular e plásticos agrícolas
2a
CiB promove debate sobre propriedade intelectual e desenvolvimento de novas variedades de plantas
FLF 250_publirreportagem_fepal
Fepal alarga oferta de embalagens ecológicas

Notícias relacionadas

plásticos
Lourinhã recebe acção de formação sobre economia circular e plásticos agrícolas
Nos dias 9, 10 e 11 de Abril, o auditório da Câmara Municipal da Lourinhã acolhe...
2a
CiB promove debate sobre propriedade intelectual e desenvolvimento de novas variedades de plantas
No dia 8 de Abril, entre as 10h00 e as 12h30, decorre no ITQB NOVA, em Oeiras,...
FLF 250_publirreportagem_fepal
Fepal alarga oferta de embalagens ecológicas
A Fepal, empresa de referência no sector da embalagem, tem seguido a estratégia...
Vinha Douro
ADVID realiza seminário sobre necessidades do sector vitivinícola e soluções
No dia 11 de Abril, o Teatro Municipal de Vila Real acolhe o seminário “Desafios...