O Freshness Lab, unidade de investigação do Instituto Superior de Agronomia (ISA) da Universidade de Lisboa, divulgou recentemente um conjunto de «recomendações operacionais» para uma boa conservação de pêra Rocha, «que asseguram a satisfação do mercado com pêra de elevada qualidade sensorial durante 11 meses», explica a entidade em comunicado. Essas recomendações – «expressas numa forma a facilitar a sua adopção pelas centrais fruteiras» – foram baseadas em três estudos do Freshness Lab, que «explicam a fisiologia e a bioquímica do amadurecimento da pêra Rocha, revelando as particularidades desta variedade e identificam como o fruto responde às condições de armazenamento que se podem hoje criar com as modernas tecnologias de controlo».
Os resultados dos estudos «indicam que as alterações na composição da atmosfera das câmaras de armazenamento, nomeadamente a redução do oxigénio, podem estender o período de conservação, mas também estragar os frutos com acastanhamentos internos». «Agora sabemos qual a janela onde se maximizam os benefícios de qualidade e se minimizam as perdas», refere o comunicado.
Estas recomendações operacionais «foram partilhadas em primeira mão antes da campanha de 2016 com as 14 empresas parceiras do ISA para a pós-colheita da pêra Rocha». Os estudos são «complementares», salienta Domingos Almeida, coordenador do Freshness Lab, que afirma que os «os parceiros do ISA tiveram acesso a conhecimento que lhes permitiu tirar uma vantagem comercial».
O ISA informa que «está agora focado no consumidor e na melhoria da qualidade das peras no pomar». Segundo Domingos Almeida, «agora vamos trabalhar para o consumidor: estamos a estudar muito a sério a textura e suculência da pêra Rocha e formas de melhorar a qualidade nos pomares».
Os três estudos foram publicados recentemente nas revistas Postharvest Biology and Technology e Scientia Horticulturae. O comunicado acrescenta que estes estudos se baseiam em estudos científicos sistemáticos, incorporam as tecnologias de conservação actualmente disponíveis e culminam um processo sistemático de produção de conhecimento sobre a conservação de pêra Rocha e sua translacção para as empresas iniciado em 2005.