Um projecto português com aplicação de práticas de agricultura de conservação venceu o Prémio de Gestão da Terra e do Solo 2015, atribuído pela Organização Europeia de Proprietários. As práticas foram aplicadas na Herdade da Parreira, situada em Montemor-o-Novo (Alentejo), e a candidatura foi apresentada pela empresa Portalimpex, de Nuno Marques, em parceria com Mário Carvalho, professor da Universidade de Évora. O prémio, no valor de 5.000 euros, vai ser entregue a 22 de Março, em Bruxelas (Bélgica), no âmbito do Fórum para o Futuro da Agricultura, evento sobre agricultura sustentável e desafios ambientais que se realiza nesse dia na capital belga.
Segundo o empresário Nuno Marques, a agricultura de conservação assenta em três vertentes: «sementeira directa sem mobilização do solo, rotação de culturas e adição de matéria orgânica ao solo [nomeadamente resíduos de pós-colheita]». Esta herdade dedica-se à produção de trigo, triticale, forragem e gado bovino.
O Prémio de Gestão da Terra e do Solo, com periodicidade anual, foi lançado em 2008 pela Organização Europeia de Proprietários, com o apoio da Comissão Europeia e em associação com a Universidade de Recursos Naturais e Ciências da Vida de Viena (Áustria), o Centro para as Ciências do Solo e do Ambiente da Universidade de Liubliana (Eslovénia) e a Syngenta Internacional. O galardão visa premiar práticas de gestão e utilização do solo que mitiguem as ameaças a este recurso, como a degradação, a erosão, a redução do conteúdo em matéria orgânica, contaminação, compactação, redução da biodiversidade, salinização, encharcamento, entre outras. Pretende-se assim encorajar o desenvolvimento e implementação de novos conceitos de protecção da terra e do solo, bem como destacar a importância das funções deste recurso.
